O governo do Paraguai decidiu estender uma série de medidas paliativas adotadas nos últimos meses para conter a crise de energia que deixou o país sem luz diversas vezes recentemente, anunciou nesta terça-feira (6/4) a vice-ministra de Minas e Energia, Mercedes Canese.
Após uma reunião entre o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e membros do gabinete, Mercedes disse à imprensa local que a medida de “controle de consumo” permanente (que o governo evita chamar de racionamento) vai permitir uma economia significativa de eletricidade. Assim, segundo ela, será evitada a repetição de cenas recentes em que bairros inteiros ficaram às escuras e sem água potável por interrupções no fornecimento de energia.
“Ele está sendo implementado, mas a ideia é fazer algo permanente. O decreto criará mecanismos para controlar [] e monitorá-lo e tomará as medidas que podem nos ajudar a economizar”, disse Mercedes.
O país – que, junto com Brasil e Argentina, possui duas grandes usinas hidrelétricas – vem sofrendo frequentes quedas no fornecimento de energia, por conta do calor que aumentou o consumo interno entre fevereiro e março.
Em fevereiro, a crise obrigou a empresa estatal de eletricidade a declarar estado de emergência para acelerar a renovação da sua rede de transmissão e estabeleceu medidas paliativas enquanto estiverem em andamento as obras, que devem ser concluídas em três anos.
Entre as medidas tomadas – agora estendidas para todo o ano -, estão a redução do consumo mínimo fora das horas de trabalho diurno, a mudança para lâmpadas de baixo consumo e limitar o uso de luzes decorativas em edifícios emblemáticos, como o Palácio do Governo.
“Nós temos energia abundante, mas infelizmente não temos a infraestrutura para fornecer essa energia para a população. Critérios de utilização inteligente fazem parte do processo que nos levará a não ter mais este problema”, afirmou a vice-ministra.
Mercedes explicou que, durante a implementação das medidas de “controle do consumo”, acontecem os para o início da instalação de uma rede de transmissão de 500 quilowatts, que sairá da hidrelétrica de Itaipu e será financiada pelo Brasil. Esta rede funciona através da cidade de Villa Hayes, perto de Assunção.
Paraguai e Brasil estão em negociações sobre um acordo bilateral assinado pelos presidentes Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva, em 25 de julho do ano passado, que oferece mais benefícios ao Paraguai.Lugo e Lula se reunirão novamente no dia 30 de abril na cidade fronteiriça de Ponta-Porã, no estado do Mato Grosso do Sul.
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