Três ativistas espanhóis e dois jornalistas australianos que viajavam na frota humanitária atacada por Israel afirmaram, em Istambul, que os soldados israelenses cometeram abusos durante a operação, realizada na última segunda-feira (31/5) e que terminou com nove mortos.
Os espanhóis – Manuel Tapial, Laura Arau e David Segarra – estão bem, apesar de receberem, segundo disseram, um tratamento brutal por parte das autoridades israelenses desde o momento de sua captura.
“Fomos detidos por comandos do Exército que apontaram o laser de suas armas em nossos rostos, apesar de estarmos identificados como jornalistas internacionais. Nos encapuzaram e roubaram todo nosso trabalho”, se queixou Segarra, jornalista da televisão venezuelana TeleSur. “A ação teve efeito contrário para Israel, pois agora todo o mundo viu como eles atuam”, afirmou.
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“Israel tenta mostrar ao mundo que pode atuar com total impunidade e às ONG que trabalhamos com os palestinos que não poderemos atuar mais. Mas voltaremos a Gaza”, assegurou o ativista Tapial.
“Só posso dizer que o que vivemos em um dia, é o que vivem os palestinos todos os dias”, concluiu Arau.
O correspondente Paul McGeough e a fotógrafa Kate Geragthy, deportados na madrugada de hoje (03/6) à Turquia, indicaram à imprensa australiana que os militares atacaram a ativistas desarmados, embora, em alguns casos, não tenham utilizado munição real.
Geragthy disse que sentiu dor e enjôos quando os soldados a agrediram com armas de choque antes de prendê-la, e afirmaram que suas câmeras fotográficas foram apreendidas, apesar de os soldados saberem que eles eram repórteres.
Pelo menos nove ativistas de direitos humanos morreram durante o ataque – todos eles de nacionalidade turca -, enquanto o número de feridos é de 43, sendo 38 membros da frota humanitária e cinco soldados israelenses, segundo diversas fontes.
A abordagem aconteceu na madrugada da segunda-feira passada quando as seis embarcações da frota desejavam romper o bloqueio israelense a Gaza para distribuir ajuda humanitária.
Viajavam a bordo mais de 750 ativistas de 60 nacionalidades, entre eles vários deputados europeus e a Nobel da Paz norte-irlandesa Mairead Corrigan Maguire.
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