O navio Al Amal, que transporta ajuda humanitária da Líbia para a Faixa de Gaza, chegou a um porto do Egito nesta quarta-feira (14/7), depois de ter sido seguido de perto por navios de guerra israelenses. O ministro egípcio do Exterior, Ahmed Aboul Gheit, tinha confirmado mais cedo que o país havia aceitado o pedido do navio para atracar em El Arish, a 45 quilômetros do território palestino.
O porto já estava preparado para receber o navio, disse o governador do norte do Sinai, general Mourad Mouafi, à televisão estatal egípcia. Ele acrescentou que o Egito colabora com o Crescente Vermelho (seção islâmica da Cruz Vermelha), que será o encarregado de transportar a ajuda para a Faixa de Gaza amanhã de manhã, segundo a rede de televisão catariana Al-Jazira.
O navio Al Amal (“A Esperança”, em árabe), de bandeira moldava, é propriedade de uma empresa grega e foi fretado pela ONG islâmica International Charity and Development Association, presidida por Saif Qaddafi, filho do dirigente líbio, Muammar Qaddafi. Nove membros da ONG estavam no navio: seis líbios, um nigeriano, um marroquino e um argelino. O capitão é cubano e os outros 11 tripulantes são cubanos, haitianos e panamenhos.
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Transportando 2 mil toneladas de ajuda humanitária, o barco partiu da Grécia no sábado com o anúncio de que o porto egípcio de El Arish seria seu destino. Mas, já em alto-mar, o capitão e a ONG reconheceram que seu verdadeiro destino era a Faixa de Gaza, submetida por Israel a um bloqueio naval, aéreo e terrestre.
Armadilha
Hoje, o chefe do governo do Hamas, Ismail Haniyeh, pediu em vão para que o Al Amal persistisse em seu objetivo de romper o bloqueio e rejeitasse a proposta israelense de desembarcar no porto egípcio.
“Não caiam em truques nem atraquem em nenhum outro porto sem ser o de Gaza. Estão levando esperança pelo mar”, disse Haniyeh durante a cerimônia de batismo de uma rua no campo de refugiados de Jabalya, no norte da Faixa, com o nome da frota com ajuda humanitária que foi atacada por Israel no dia 31 de maio.
Haniyeh pediu para que “os comboios continuem por terra e por mar” e pediu ajuda aos países muçulmanos para que o bloqueio israelense à Faixa de Gaza seja suspenso. Ele chamou o recente relaxamento do bloqueio aprovado por Israel de tentativa de “driblar a reivindicação de levantá-lo totalmente”, algo que, segundo ele, está “muito perto” de acontecer.
Perseguição
A marinha israelense vinha perseguindo a embarcação desde ontem e tinha “previsto atacá-la” caso seu capitão não a desviasse para Al Arish, “como se comprometeu hoje”, disse um porta-voz militar israelense à agência de notícias espanhola Efe.
Ontem, após as primeiras conversas por rádio com a marinha israelense, o capitão do navio aparentemente aceitou descarregar a ajuda humanitária no porto egípcio, mas fontes militares israelenses advertiram que da mesma forma o acompanhariam “até confirmar” que a embarcação seria esvaziada.
No dia 31 de maio, nove ativistas turcos foram mortos em águas internacionais por soldados israelenses que abordaram uma frota que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Várias organizações, algumas do Irã e do Líbano, anunciaram desde então que voltariam a tentar romper o bloqueio israelense, mas só o Al Amal zarpou para a região.
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