Pelo menos três distritos do sul do Paquistão sofreram novas inundações nas últimas horas, e problemas nos diques de contenção colocam várias cidades em risco. As autoridades locais estão retirando cerca de meio milhão de pessoas, informou a ONU neste sábado (4/9).
Entre 600 mil e 800 mil pessoas destes distritos já tiveram que deixar suas casas nos últimos quatro dias, segundo dados oficiais.
“Três distritos estão debaixo d'água”, disse comunicado da ONU. Duas cidades, K.N.Shah, de 280 mil habitantes, e Mehr, de 190 mil, estão sendo evacuadas. Em uma terceira cidade, Dadu, a medida pode ser aplicada em breve.
“Estão sendo registradas novas inundações. Embora o nível de água esteja descendo nas represas (de Sindh), há fendas por causa da pressão na segunda e terceira linha de contenção, o que deixa as regiões em situação muito vulnerável”, confirmou um porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres do Paquistão, Ahmad Kamal, à agência de notícias espanhola Efe.
Mais de cinco semanas após seu início, as piores inundações da história do Paquistão, que causaram mais de 1,7 mil mortes e deixaram 18 milhões de pessoas desabrigadas, continuam causando prejuízos. Grande parte da população até agora não recebe ajuda humanitária.
“Há milhares de pessoas que sequer têm uma tenda onde dormir, que estão vivendo ao léu. É preciso chegar a esta gente urgentemente”, disse Kamal.
Enquanto o drama humanitário se estende, a imprensa paquistanesa afirma de forma cada vez mais insistente que fazendeiros podem ter contribuído para aumentar a catástrofe.
“Parece que o assunto de fendas feitas de forma deliberada em diques para salvar as terras dos ricos e influentes cresce rapidamente em proporção, e pode ter um efeito devastador na série de problemas”, denuncia neste sábado o jornal The News, um dos maiores no Paquistão, publicado em inglês.
A pedido do governo da província do Punjab, o Tribunal Superior de Lahore abriu recentemente uma investigação sobre essa denúncia.
“É certo que há acusações, mas por enquanto não temos nenhuma prova. As administrações provinciais devem esclarecer esta situação”, resumiu Kamal.
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