Em um comunicado conjunto, publicado nesta sexta-feira (17/02), os governos da Argentina, Brasil, Chile e México expressaram preocupação quanto a decisão do governo israelense de construir dez mil casas em assentamentos na Cisjordânia e legalizar nove postos avançados, construídos previamente, sem a autorização necessária.
As medidas, de acordo com o grupo de estados latino-americanos, contribuem para “elevar as tensões atuais”, e constituem graves violações do Direito Internacional e das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Por meio do documento, os governos se manifestaram opostos “a qualquer ação que comprometa a viabilidade da solução de dois Estados”, e destacaram a necessidade de uma alternativa que respeite “as legítimas aspirações de ambos os povos de viver em paz”.
Ao fim do texto, Argentina, Brasil, Chile e México pedem que palestinos e israelenses não pratiquem atos que possam promover uma “nova escalada de violência” na região da Cisjordânia, e que voltem a negociar para “chegar a uma solução pacífica”.
Dennis Jarvis/Flickr
Bethlehem, cidade palestina na região da Cisjordânia, habitada por cerca de 30 mil pessoas
Leia o comunicado na íntegra:
Comunicado conjunto dos Governos da Argentina, Brasil, Chile e México
Os governos da Argentina, Brasil, Chile e México veem com profunda preocupação a decisão do governo de Israel de legalizar nove postos avançados (“outposts”) e construir dez mil casas em assentamentos existentes na Cisjordânia.
Essas medidas unilaterais constituem graves violações do Direito Internacional e das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, especialmente a resolução 2.334 (2016), além de contribuir para elevar as tensões atuais.
Nossos governos expressam oposição a qualquer ação que comprometa a viabilidade da solução de dois Estados, na qual Israel e Palestina possam compartilhar fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente, respeitando as legítimas aspirações de ambos os povos de viver em paz.
Os governos da Argentina, Brasil, Chile e México pedem a israelenses e palestinos que se abstenham de atos e provocações que possam promover nova escalada de violência e que retomem as negociações para chegar a uma solução pacífica para o conflito.