Atualização às 12h02
A agenda do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para este sábado (15/06), último dia na Itália – para onde foi a fim de participar como convidado da cúpula do G7, está marcada por reuniões diplomáticas e bilaterais com outros chefes de Governo.
Emmanuel Macron, França
Lula encontrou-se com seu homólogo francês, Emmanuel Macron e retomou as conversas sobre a colaboração de ambos os países no combate à mineração ilegal e ao tráfico de madeira no Brasil e na Guiana Francesa.
O debate ocorreu no âmbito de um acordo assinado no início do ano para lutar contra as ameaças à segurança e ao meio ambiente, bem como aos riscos para a saúde que afetam a região.
Os líderes também concordaram em cooperar nas áreas de segurança e em outros assuntos de interesse comum, bem como colaborações culturais.
Olaf Scholz, Alemanha
Com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, Lula conversou sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, a situação política na Europa e na América Latina e, por fim, os conflitos em Gaza e na Ucrânia.
O mandatário brasileiro ainda convidou a Alemanha a aderir à Aliança Global contra a Fome, uma das prioridades do Brasil na perspectiva da presidência do G20, e sublinhou a necessidade de reformar as instituições de governança global.
Durante o encontro, Scholz também manifestou sua solidariedade ao povo brasileiro pelas consequências das enchentes no Rio Grande do Sul.
Giorgia Meloni, Itália
Lula e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni também tiveram um encontro bilateral neste sábado.
Na reunião, o brasileiro parabenizou a chefe de governo italiana pela organização da cúpula do G7 e agradeceu a solidariedade de Meloni pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul.
Os dois líderes ainda recordaram a “presença histórica” da comunidade italiana no Brasil e reiteraram a importância do aprofundamento das relações econômicas entre as duas nações em setores estratégicos, como infraestrutura e energia.
Lula aproveitou a oportunidade para convidar Meloni a visitar o Brasil, além de ter conversado sobre a perspectiva da viagem que o presidente da Itália, Sergio Mattarella, fará ao país em julho.
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Reunião entre Lula e premiê da Itália, Giorgia Meloni, neste sábado (15/06)
A visita do representante italiano deverá ser marcada por encontros com a comunidade italiana estabelecida no Brasil. Lula, inclusive, aconselhou Meloni a viajar ao país sul-americano com uma comitiva empresarial.
A premiê confirmou que participará da cúpula do G20, que será em novembro, no Rio de Janeiro, e destacou o desejo de dar continuidade aos resultados da reunião do G7, em Borgo Egnazia, durante o encontro em território brasileiro.
Os políticos ainda conversaram sobre segurança alimentar, desenvolvimento social e transição energética.
Narendra Modi, Índia
Lula também se reuniu com o recém reeleito premiê indiano, Narendra Modi. Segundo o governo brasileiro, o líder indiano confirmou sua presença na cúpula do G20, que ocorrerá no Brasil nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Por sua vez, o presidente brasileiro Lula se comprometeu a visitar o país asiático, que antecedeu o Brasil na presidência do G20 em 2023.
Recep Tayyip Erdogan, Turquia
Já na reunião com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na última sexta-feira (14/06), o país solicitou apoio a seu homólogo brasileiro para a solicitação de adesão de Ancara ao Brics.
A informação foi registrada em um comunicado do governo brasileiro divulgado após a reunião bilateral entre os dois realizada à margem do G7. O texto também diz que Lula declarou seu apoio à solicitação turca e que pretende visitar o país.
Erdogan, por sua vez, confirmou que estará no Brasil para a cúpula do G20, em 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
Ursula von der Leyen, União Europeia
O presidente Lula também teve uma reunião bilateral na sexta-feira com a chefe do Poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen. O principal tema da conversa foi o conturbado acordo comercial Mercosul-UE.
O processo se encontra no contexto em que os negociadores chegaram a demonstrar otimismo, mas os esforços foram minados após os protestos de agricultores que tomaram a Europa. Além disso, a França se posicionou veementemente contra o acordo.
“Em relação ao Mercosul, a Comissão Europeia permanece comprometida em alcançar um resultado positivo e mutuamente vantajoso”, escreveu von der Leyen. Apresidente do executivo da UE também destacou a vontade de continuar a cooperação com o Brasil através de “uma parceria sobre matérias-primas críticas”.
Após a reunião, Lula comentou em uma coletiva de imprensa que o Brasil “está pronto” para assinar o conturbado acordo comercial Mercosul-UE.
“Eu disse para ela [von der Leyen] que depois de todas as tratativas que o Brasil fez para o mudar o acordo, colocando as coisas que achamos necessário colocar e tirar aquelas que julgamos necessário, nós estamos pronto para assinar o acordo na hora que a UE quiser assinar”, declarou o presidente.
Após passar a bola para o bloco europeu, Lula disse que está otimista em relação ao assunto e até mencionou que o presidente da França, Emmanuel Macron, estava “mais flexível” em tratar o tema.
“Volto com otimismo de que o Mercosul está pronto para assinar esse acordo e estamos certos que ele será benéfico para a América do Sul, o Mercosul e os empresários e governos da UE”, concluiu.
(*) Com Ansa