Um relatório do Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários (Ocha) estima que 9,6 milhões de pessoas enfrentam uma grave situação de insegurança alimentar no sul da África, informou nesta terça-feira (27/11) a agência de notícias das Nações Unidas.
A situação deve piorar, já que há 80% de probabilidade de o fenômeno climático El Niño atuar na região até dezembro. O comunicado do escritório, divulgado na semana passada, destaca ainda que o aumento dos níveis de insegurança alimentar agrava os riscos de proteção, particularmente para mulheres e crianças.
A insegurança alimentar ocorre quando não há disponibilidade de alimentos e/ou quando há interrupção no acesso a eles, provocando situações como desnutrição e fome.
O Malaui, sozinho, registrou um aumento de 1,1 milhão de pessoas nessa situação no período que começou em outubro passado e que só termina em abril do próximo ano.
Moçambique, Eswatini (antiga Suazilândia), Lesoto, Madagascar, Maláui e Zimbábue são os países que correm maior risco de serem afetados pelo fenômeno climático. A estimativa é que as chuvas estejam abaixo da média em áreas que incluem o sul moçambicano.
Porém, três distritos do Zimbábue e dois de Madagascar já enfrentam níveis de emergência de insegurança alimentar por problemas na produção de seus meios de subsistência.
Riscos
Outra razão de preocupação é o aumento de casos de cólera que, desde o final de agosto, quase duplicou na África meridional. Mais de 21 mil casos foram notificados até outubro.
Os principais fatores foram o novo surto no Zimbábue e o aumento de casos na Tanzânia. No fim desse mês, Moçambique tinha confirmado 650 casos nas províncias de Cabo Delgado e 1.650 em Nampula.
Outras doenças transmissíveis como a peste, o sarampo e a hepatite E continuam a ter impacto nos países da região, com alto risco de propagação do ebola na República Democrática do Congo.
(*) Com ONU News
FAO/Eddie Gerald
O Malaui, sozinho, registou um aumento de 1,1 milhão de pessoas em grave situação de insegurança alimentar