O “Rise Above”, um barco humanitário que resgata migrantes no Mediterrâneo, atracou durante a noite na Sicília depois de receber autorização do governo italiano, anunciou nesta terça-feira (08/11) a ONG alemã Lifeline, que freta a embarcação.
“A odisseia de 89 resgatados e nove membros da tripulação parece concluída. O “Rise Above” entrou no porto de Reggio Calabria. Esperamos que tudo corra bem e que todas as pessoas a bordo possam desembarcar”, afirmou a organização em sua conta no Twitter.
Quatro migrantes foram retirados por razões médicas no domingo (06/11) da embarcação de pequenas dimensões em comparação com outros três navios de ONGs que operam atualmente no Mediterrâneo e que enfrentaram a rejeição do novo governo italiano para desembarcar seus passageiros.
Depois de passar várias semanas no mar, o navio de bandeira alemã “Humanity 1”, da ONG SOS Humanity, recebeu autorização para atracar no domingo na região de Catânia e desembarcar 144 pessoas, essencialmente mulheres e menores de idade, mas 35 homens adultos foram obrigados a permanecer a bordo.
O “Geo Barents”, navio com bandeira norueguesa da organização Médicos Sem Fronteiras, também atracou no domingo em Catânia, mas as autoridades permitiram o desembarque de apenas 357 pessoas e proibiram a entrada de outras 215.
Joshua Wedler/Lifeline
Quatro migrantes foram retirados por razões médicas no domingo (06/11)
Condições insuportáveis
No momento, apenas o “Ocean Viking”, da ONG SOS Méditerranée e também de bandeira norueguesa, aguarda autorização para entrar em um porto italiano. Na manhã desta terça-feira, o barco navegava na costa de Siracusa.
“A situação a bordo do ‘Ocean Viking’ se tornou insuportável para os 234 resgatados. Depois de 17 dias a bordo, a saúde mental deles está gravemente afetada: muitos sofrem de insônia e demonstram sintomas graves de ansiedade e depressão”, afirmou a ONG.
O novo governo italiano, o mais à direita desde a Segunda Guerra Mundial, se comprometeu a manter a linha dura contra a migração.
O ministro italiano do Interior, Matteo Piantedosi, afirmou que os migrantes resgatados no mar eram responsabilidade do país sob cuja bandeira navega o barco.