O gabinete de guerra de Israel aprovou nesta quinta-feira (23/05) a retomada de negociações com o Hamas para garantir um acordo que possibilite a libertação de reféns na Faixa de Gaza. Ao jornal israelense The Times of Israel, uma fonte anônima revelou que a equipe responsável pelas tratativas recebeu novas diretrizes para tentar fazer um “avanço substancial”.
A decisão foi tomada durante uma reunião “longa, minuciosa e profissional” realizada na noite anterior, que incluiu a participação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o ex-general e líder político, Benny Gantz, de acordo com o jornal Hareetz.
Ao veículo, uma fonte anônima informou que os “ministros examinaram as propostas da equipe de negociação”, incluindo o pedido do Hamas para que Israel suspenda integralmente as hostilidades em Gaza, apesar da objeção da liderança política israelense a qualquer acordo desse tipo.
O The Times of Israel alega que a continuidade das negociações ocorre após o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas divulgar um vídeo retratando o sequestro de cinco soldadas israelenses da base de Nahal Oz por integrantes do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
O jornal também acrescenta que a decisão do gabinete de Netanyahu tem influência das ameaças de Egito de se retirar como mediador do conflito devido a acusações de ter realizado uma má gestão na última rodada de conversa, que acabou no fracasso.
“As tentativas de semear dúvidas e ofender os esforços de mediação do Egito só levarão a maiores complicações da situação em Gaza e em toda a região. Levarão o Egito a se retirar completamente da mediação do conflito”, declarou Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado e porta-voz do governo egípcio.
Até o momento, autoridades israelenses informam que ao menos 128 reféns seguem mantidos reféns pelo Hamas.
Vale lembrar que as negociações foram interrompidas em 10 de maio. As discussões, mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos, chegaram a um impasse após Hamas e Israel discordarem sobre pontos-chave, como a duração do cessar-fogo, a retirada de militares israelenses do território palestino e retorno dos reféns.
Na sequência, dias depois, Israel lançou uma operação militar a Rafah, no sul de casa, considerado o “último abrigo humanitário” para grande parte da população palestina deslocada em decorrência dos contínuos ataques israelenses em Gaza.