Em uma reunião do partido de extrema direita Likud, nesta segunda-feira (20/05), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se referiu ao pedido do promotor Karim Khan, do Tribunal Penal Internacional (TPI), para que seja emitido um mandado de prisão contra ele e contra o ministro de Defesa do país, Yoav Gallant.
No encontro, o premiê afirmou que rechaça a “repulsiva narrativa do procurador de Haia, que tenta igualar o governo democrático de Israel e os assassinos em massa do Hamas”.
“Com que audácia você compara o Hamas que assassinou, queimou, massacrou, decapitou, estuprou e sequestrou nossos irmãos e irmãs e os soldados das Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês), que travam uma guerra justa”, adicionou Netanyahu.
O procurador do TPI solicitou aos magistrados a emissão de um alerta de captura internacional contra os dois políticos israelenses, por crimes de guerra cometidos durante a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, que já matou mais de 35 mil civis palestinos.
Três líderes do Hamas também foram alvo do pedido de Khan: Yehya Sinwar, líder do grupo de resistência palestino, Mohammed Deif, comandante do braço militar, e Ismail Haniyeh, diretor do escritório político do grupo.
Apesar do pedido de Khan – que ainda não foi ratificado pelos magistrados do TPI –, Netanyahu frisou que a ofensiva militar israelense em Gaza “não vai parar”.
“Continuaremos com a guerra até que os reféns sejam libertados e o Hamas seja destruído”, comentou.
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Netanyahu teve seu pedido de prisão solicitado pela promotor chefe do Tribunal Penal Internacional
Apoio de Biden
Nesta mesma segunda, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se referiu ao pedido do promotor Khan, o qual qualificou como “ultrajante”.
“Deixe-me ser claro: independentemente do que esse promotor possa sugerir, não há equivalência entre Israel e o Hamas”, enfatizou Biden.
Em seguida, o mandatário norte-americano salientou que seu país “estará sempre ao lado de Israel diante das ameaças à sua segurança”.
Por sua parte, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que “os Estados Unidos deixaram muito claro, mesmo antes deste pedido, que o TPI não tem jurisdição sobre esta matéria. O TPI foi estabelecido tribunal de jurisdição limitada. Esses limites baseiam-se nos princípios da complementaridade, que não parecem ter sido aplicadas aqui em meio à pressa do promotor em buscar tais mandados de prisão, em vez de dar ao sistema legal israelense uma oportunidade plena e oportuna de agir”.
Ironicamente, a postura dos Estados Unidos para com o TPI foi completamente diferente em março de 2023, quando essa mesma corte solicitou a prisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, com conteúdo semelhante: seu envolvimento em supostos crimes de guerra durante o conflito entre o seu país e a Ucrânia.
Na ocasião, Washington celebrou a decisão e defendeu que os países da comunidade internacional a respeitassem, o que levou o mandatário russo a restringir suas viagens apenas a nações aliadas.