O presidente da Rússia, Vladimir Putin, revelou nesta sexta-feira (14/06) a nova proposta que o Kremlin enviará a Kiev e aos países do Ocidente, com o intuito de colocar um fim definitivo à guerra na Ucrânia.
Se trata de uma lista de medidas com as quais Moscou pretender retomar as negociações de paz com o governo ucraniano. Segundo Putin, “a Rússia está pronta para se sentar à mesa (de negociações), podemos fazê-lo amanhã mesmo, caso o Ocidente permita que a Ucrânia o faça”.
“A Rússia apresenta hoje outra proposta para uma paz concreta e permanente. Se a Ucrânia e os países ocidentais a rejeitarem, como fizeram antes, terão que assumir como sua responsabilidade política e moral o fato de que o derramamento de sangue vai continuar”, acrescentou o mandatário russo.
Neutralidade e ‘novas realidades territoriais’
Na lista de dez propostas apresentadas pela Rússia, destacam-se três. Uma delas determina que a Ucrânia “aceite a retirada completa de suas tropas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, e também das províncias de Zaporozhie e Kherson”.
Outra condição, na mesma linha da anterior, se baseia tem a ver com as “novas realidades territoriais”, que Moscou afirma que devem ser reconhecidas oficialmente por Kiev: o estatuto da Crimeia, Sebastopol, Donetsk, Lugansk, Zaporozhie e Kherson como “membros da Federação Russa”.
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Presidente russo listou dez condições que seu país impõe para aceitar um acordo de paz permanente com a Ucrânia
Além disso, o Kremlin exige “a neutralidade, o não alinhamento e a desnuclearização da Ucrânia, bem como a sua desmilitarização e desnazificação”. Isso significa proibir o país de se associar com a União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), dois dos principais objetivos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
Críticas ao Ocidente
Durante a apresentação da proposta, Putin enfatizou que “as realidades no campo de batalha continuarão se desenvolvendo de forma contrária aos interesses do regime de Kiev, e conforme isso avance, as condições para o início das negociações também serão diferentes”.
O líder russo também repetiu algumas vez durante o evento que esta proposta do Kremlin busca um acordo para uma paz permanente entre Rússia e Ucrânia, e acusou os países do Ocidente de defenderem “pausas inócuas, apenas para restaurar as perdas, rearmar o regime de Kiev e prepará-lo para uma nova ofensiva”.
“Não se trata de congelar o conflito, mas de acabar com ele definitivamente”, frisou Putin.