Durante a cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai (OCS, por sua sigla em inglês), realizada nesta quinta-feira (04/07) no Cazaquistão, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país está disposto a negociar um tratado para colocar fim à guerra com a Ucrânia, a partir dos chamados Acordos de Istambul, apresentados inicialmente em março de 2022.
Durante seu discurso no evento, Putin disse que “a Rússia nunca se recusou (a dialogar) e agora está disposta a continuar as conversações de paz. Foi a Ucrânia que evitou essa via, acatando o que lhe foi imposto por seus aliados ocidentais”.
Os Acordos de Istambul, mencionados pelo líder russo, foram apresentados em 29 de março de 2022, após mediação realizada durante duas semanas, por iniciativa do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
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Embora tenha se mostrado disposto a retomar os parâmetros negociados em Istambul, Putin acrescentou uma condição: que a retomada desses diálogos deve reconhecer as “novas realidades territoriais” do conflito entre os países.
“Os Acordos de Istambul, alcançados graças ao presidente Erdogan, foram assinados pelo chefe da delegação negociadora ucraniana à época, o que significa que, aparentemente, foram bastante satisfatórios para a Ucrânia, mas infelizmente nenhum daqueles pontos foi colocado em prática por Kiev”, questionou o mandatário russo.
Negativa de Kiev
Horas depois da declaração de Putin, o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descartou a possibilidade de seu país retomar um diálogo com a Rússia a partir dos Acordos de Istambul.
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Erdogan e Putin se encontraram em evento no Cazaquistão e conversaram sobre retomada dos Acordos se Istambul
Segundo o chefe da diplomacia ucraniana, o documento elaborado na Turquia é “letra morta”. Porém, ele também disse que “a melhor forma de retomar um diálogo de paz é através de uma nova conferência para a paz, com a participação de Putin ou de representantes russos”.
A Conferência para a Paz foi um evento realizado em meados de junho, na Suíça, sem a presença das autoridades russas, mas que terminou com a Ucrânia aceitando realizar uma segunda edição com representantes do Kremlin, desde que o evento ocorra novamente em terras suíças e com maioria de aliados de Kiev.
Até o momento, a diplomacia russa não emitiu uma posição clara sobre se aceitaria ou não participar de uma segunda edição do evento suíço.