A reunião para debater a paz na Ucrânia em meio à guerra contra a Rússia acontece entre este sábado (15/06) e o próximo domingo (16/06), no hotel Bürgenstock, perto do Lago Lucerna, na Suíça. Com a presença de 57 chefes de Estado e de governo, além de representantes de 90 países, o encontro é marcado pela ausência da Rússia, Brasil e China.
Apesar de declarar publicamente a falta de interesse em participar da cúpula, Moscou não foi ao menos convidado para participar do evento. Em sua mais recente declaração sobre a reunião, o governo russo declarou, por meio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que a cúpula não vai tratar de questões relativas à paz na região.
Este contexto justifica as duas grandes faltas na reunião: os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping. Brasília encaminhará para o território suíço sua embaixadora em Berna, Claudia Buzzi, de forma que o país aja como “observador” da reunião.
Desde quando o Brasil recebeu o convite suíço, por meio de um encontro entre o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e seu homólogo suíço, Ignacio Cassis, no final de abril passado, o país latino-americano declarou que aceitaria a iniciativa caso a Rússia participasse do diálogo.
Desde então, o governo brasileiro reiterou seu posicionamento, de forma que, na última quinta-feira (13/06), às vésperas da cúpula, o governo de Berna – aproveitando a passagem de Lula pela Europa para um evento da Organização internacional do Trabalho (OIT) e do G7 – ainda insistiu para que o Brasil tivesse mais representatividade no evento.
Durante as negociações para cúpula, os países ocidentais responsáveis modificaram a programação para tentar convencer o Brasil e outras nações emergentes a participar da reunião. Mas, ainda assim, a agenda continuou sendo baseada nos planos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Desta forma, o governo Lula evitou envolver-se mais na cúpula, temendo que a condição de país observador fosse ignorada no momento de se declarar as conclusões do encontro.
O texto final do evento deve usar o termo “guerra da Rússia contra a Ucrânia”, sublinhar o compromisso de respeitar a Carta das Nações Unidas e o respeito pelo direito internacional, mas não deve resultar em um pedido por cessar-fogo.
A reunião acontece logo após os países do G7 anunciarem mais uma ajuda financeira, de U$50 bilhões para a Ucrânia, em contraponto com o plano do presidente russo, Vladimir Putin, para o fim da guerra.
Sugerido na última sexta-feira (14/06), o plano trata de uma lista de medidas com as quais Moscou pretende retomar as negociações de paz com o governo ucraniano. Em linhas gerais, a proposta busca estabelecer ‘neutralidade ucraniana’ e ‘novas realidades territoriais’.
(*) Com Ansa