O Sistema Nacional de Emergência (Sinae) do Uruguai informou, neste domingo (12/05), que 3.034 pessoas em nove dos 19 departamentos do país foram deslocadas devido às enchentes que afetam a região.
Segundo o relatório, o número de evacuados aumentou ligeiramente desde a última contabilização. Dos afetados, 998 correspondem ao departamento de Paysandú, 715 a Treinta y Tres, 530 a Salto, 457 a Durazno, 129 a Cerro Largo, 95 a Artigas, 44 a Tacuarembó, 40 a Rocha e 26 a Soriano.
La situación continúa bajo control en los departamentos afectados por inundaciones, la respuesta a la emergencia se mantiene en nivel departamental.
Permanecen 3.034 personas desplazadas de sus viviendas (598 evacuadas y 2.436 autoevacuadas)
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— Sinae (@sinae_oficial) May 12, 2024
A entidade recomenda, sobre o risco das inundações, que as pessoas “não tentem atravessar estradas, rodovias ou pontes inundadas mesmo que a localização seja conhecida”. O Sinae também indica que “mercadorias e objetos de valor sejam colocados nos lugares mais altos da casa”.
O diretor nacional de emergências do Sinae, Santiago Caramés, viajou ao departamento de Salto para percorrer as áreas afetadas juntamente com o coordenador do Centro de Coordenação Departamental de Emergências (Cecoed) local, Josué Lima, supervisionando também dois centros de evacuação.
O órgão informou que operações de evacuação estão sendo realizadas nos departamentos, “de acordo com os protocolos e sem problemas”. Seis rodovias nacionais que passam por quatro departamentos uruguaios também estão fechadas devido às cheias.
Como consequência das chuvas e enchentes, muitos cidadãos uruguaios enfrentam falta de energia elétrica. Assim, a estatal Administração Nacional de Usinas e Transmissões Elétricas (UTE) implementou ações em benefício dos departamentos mais afetados, como descontos e prorrogação de prazo de contas de energia.
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Segundo relatório, número de evacuados aumentou ligeiramente desde a última contabilização
Eventos climáticos extremos em todo o mundo
Geograficamente perto do Uruguai, as chuvas no estado brasileiro do Rio Grande do Sul não apresentam trégua. O Centro Nacional de Vigilância e Alerta de Desastres (Cemaden) indica a continuidade das chuvas na região, em especial no noroeste, centro, nordeste e leste do estado.
O governo regional alertou que a situação em Porto Alegre pode piorar caso o rio Guaíba volte a ultrapassar os cinco metros de altura.
Segundo a Defesa Civil Nacional, as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul há duas semanas já deixaram 143 mortos e 125 desaparecidos em 447 municípios, sendo que o estado tem 497. O órgão também informou que mais de 2 milhões de pessoas foram afetadas e 538 mil estão desalojadas.
Já no Oriente Médio, especialmente no Afeganistão, enchentes deixaram cerca de 350 mortos no último final de semana e 1.630 feridos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo as autoridades do país, a região mais afetada é a província de Baghlan, que teve 315 mortes e 2.665 casas total ou parcialmente destruídas. Assim, o governo do Talibã e organizações não-governamentais estão trabalhando para prestar assistência às comunidades afetadas.
O Talibã também alertou que o número de vítimas pode aumentar, sublinhando a necessidade urgente de ajuda humanitária em Baghlan e em outras províncias como Badakhshan e Takhar.
Por outro lado, a inacessibilidade de grande parte de Baghlan dificultou a prestação de ajuda, com o Programa Alimentar das Nações Unidas a recorrer a métodos alternativos, como animais de carga carregados de mantimentos.
O Afeganistão, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), é um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas e enfrenta dificuldades devido à interrupção da ajuda internacional e ao congelamento de fundos após o regresso dos talibãs ao poder.
Enchentes também foram registradas na Ásia, na Indonésia, onde pelo menos 41 pessoas morreram e 17 continuam desaparecidas devido às chuvas e aos fluxos de lava fria de um vulcão na ilha de Sumatra, no oeste do país. Chuvas fortes fizeram com que grandes rochas vulcânicas e lava fria rolassem por um dos vulcões mais ativos da Indonésia.
The death toll from #Indonesia's flash #floods and cold lava flow from a #volcano over the weekend has risen to 41, with 17 more missing.#sumatra #extremeweather pic.twitter.com/pNciQ76ndm
— Ifeng News (@IFENG__official) May 13, 2024
A agência de mitigação de desastres da Sumatra Ocidental confirmou nesta segunda-feira (13/05) o número de mortos devido à tragédia. O órgão também revelou que pelo menos três pessoas estão desaparecidas no distrito de Agam e 14 em Tanah Datar, as zonas mais afetadas pelas cheias.
Além da perda humana, as autoridades locais indicaram que estradas, casas e mesquitas na ilha de Sumatra ficaram submersas. Para cuidar dos deslocados pelas cheias, o governo local abriu centros de evacuação e postos de atendimento de emergência nos distritos mais afetados.
(*) Com TeleSUR