As discussões entre os embaixadores dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram mais um dia de negociações sem definir um acordo sobre o papel da aliança nas intervenção militar na Líbia. Segundo fontes da organização, as conversas continuarão nesta quinta-feira (24/03).
Após seis dias consecutivos de reuniões, os países-membros da OTAN não avançaram na definição de suas funções sobre a manutenção da zona de exclusão aérea sobre a Líbia, aprovada pela Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos, que dirigem as operações, expressaram em várias ocasiões o desejo de ceder esse papel à Otan mas, por enquanto, os aliados não conseguiram superar as reservas, sobretudo da Alemanha, para dar esse passo. “Há uma sensação de que os pontos de vista estão convergindo para um possível papel da OTAN na aplicação da zona de exclusão aérea”, disse nesta quarta-feira à Agência Efe a porta-voz da organização, Carmen Romero.
Leia mais:
'Resolução aprovada pelo Conselho de Segurança chega a dar medo', diz Patriota
Muamar Kadafi faz aparição pública e desafia coalizão
Navios da OTAN patrulham a costa da Líbia; comando militar da ofensiva permanece incerto
O direito de ir à guerra
O plano da Otan é ocupar a Líbia
O 'balé macabro' dos civis decidirá a guerra da Líbia
Líbia: hipocrisia, dupla moral, dois pesos e duas medidas
O destino das revoltas árabes está no reino do petróleo
Esquerda latino-americana condena intervenção militar na Líbia
Ordem de Obama para atacar a Líbia é inconstitucional, diz deputado democrata
Carmem ressaltou que o início dessa ação é “exigente” e “complexa”, e necessita do apoio político de todos os aliados.
Até agora, a França se opôs a ceder o comando da missão à aliança atlântica, argumentando que não se deve excluir as decisões dos países árabes que decidiram apoiar as ações da coalizão e que não pertencem à OTAN. Por isso, os franceses sugerem dividir os planos político e militar.
Assim, se estabeleceria uma “direção política” formada pelos ministros de Relações Exteriores de todos os países participantes da coalizão internacional,enquanto a aliança se ocuparia dos assuntos militares.
Segundo fontes aliadas, uma opção deste tipo poderia se basear, em certo modo, no modelo usado no Afeganistão, onde a aliança coopera com 20 países não-membros e os inclui na discussão das operações.
As conversas no seio da OTAN também são dificultadas pela postura de Turquia e da Alemanha, dois países-membros contrários à intervenção.
Ancara deixou claro que quer o cumprimento de uma série de “condições” para que a Aliança atue na Líbia e, na terça-feira, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, assegurou que seu país não participaria “como uma força de guerra”.
No entanto, a Turquia decidiu fazer uma importante participação na operação naval da Otan que garantirá o cumprimento do embargo de armas sobre a Líbia.
A Alemanha, pelo contrário, se negou a participar da missão e retirou do comando aliado duas fragatas e dois navios menores que tinha no Mediterrâneo.
Além disso, ordenou a retirada dos 70 militares alemães que participavam como técnicos especialistas a bordo de aviões de reconhecimento da aliança.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL