O registro fotográfico de uma brincadeira de Carnaval acabou colocando o cônsul do Panamá nas Ilhas Canárias, Ítalo Giovanni Afú, em maus lençóis. Fotos do diplomata durante um festa em Las Palmas de Gran Canária vazaram no site Facebook e provocaram imediato desconforto no país centro-americano, culminando no pedido de afastamento de Afú.
Reprodução
De acordo com o chanceler panamenho, o fato de Afú (d) ter se vestido de mulher piorou o ocorrido
O cônsul, que apresentou a demissão ontem (29/03), disse em declarações a um jornal panamenho que seus amigos divulgaram as fotos na internet sem pensar que isso poderia causar problemas no Panamá e se desculpou pela gafe. Ele permanece no cargo até 30 de abril. “Tiraram uma foto minha e me etiquetaram no Facebook sem cogitar o estrago.”
Em declarações à imprensa, o presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, declarou que o diplomata não deveria ter se colocado na situação e pediu discrição até o seu desligamento da chancelaria.
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Homofobia
O ministro das Relações Exteriores panamenho, Juan Carlos Varela, lamentou o incidente e repreendeu verbalmente o diplomata. Varela foi além e disse que preferia que Afú tivesse se fantasiado de “policial, bombeiro ou de outra coisa”, em vez de mulher.
Já o secretário-geral do PRD (Partido Revolucionário Democrático, Mitchell Doens, afirmou que “não só estamos frente a um governo de loucos, mas de 'loucas'”, em referência à fantasia de Afú.
Ricardo Beteta, presidente da associação GLBT Homens e Mulheres Novos do Panamá disse que a polêmica pôs em evidência a “intolerância e homofobia” imperantes no país. “A maneira como o assunto foi tratado demonstra isso”, afirmou à agência France Press. “Nesse país, ser um ladrão, um mentiroso não tem consequências, mas ser travesti, gay ou lésbica, é intolerável”, completou.
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