Durante uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (10/05), a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, evitou fazer comparações entre o mundo árabe e a China, em relação a temas como liberdades individuais e respeito aos direitos humanos. De acordo com a secretária, “cada país e cada região tem suas diferenças”.
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“É muito difícil extrair conclusões amplas” sobre os recentes eventos no Norte da África e no Oriente Médio [série de manifestações populares em diversos países pedindo abertura política e democrática, além da queda dos atuais regimes] aplicáveis à China, disse a chanceler norte-americana. Hillary participou da terceira rodada de Diálogo Estratégico e Econômico, realizada nesta segunda e terça-feira em Washington.
Essa era a resposta da chefe da diplomacia americana a uma pergunta da imprensa sobre a possibilidade de as revoltas árabes serem o motivo inspirador para um eventual movimento contra o regime autoritário de Pequim. Hillary afirmou ter discutido o assunto em privado com o conselheiro de Estado chinês, Dai Bingguo, presente em Washington para a nova rodada de diálogo.
“Em minhas conversas com o conselheiro de Estado Daí, mencionei uma série de relatórios realizados por analistas árabes desde 2002 sobre o desenvolvimento da região e como esta tinha ficado atrasada em relação ao resto do mundo, sobretudo em relação à Ásia”, disse Hillary.
“Houve um grande troca de ideias, mas não acho que possamos extrair conclusões específicas, além de dizer que os Estados Unidos apoiam as aspirações populares dos cidadãos do Oriente Médio e do Norte da África”, acrescentou.
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Segundo ela, Washington seguirá respaldando os cidadãos da região em sua busca por “mais liberdade, mais oportunidades e um futuro melhor para eles e suas famílias” durante o atual período de transição.
Seus comentários suavizam as declarações de uma entrevista que concedeu à revista “The Atlantic”, publicada nesta terça-feira. Na entrevista, Hillary qualificou de “deplorável” o histórico de direitos humanos da China e afirmou que o país está assustado e preocupado com os eventos no mundo árabe.
Ela mencionou que a China está “tentando deter o curso da história” e assegurou que, ao fazê-lo, Pequim segue “pelo caminho errado”.
Os EUA intensificaram suas críticas sobre a falta de respeito aos direitos humanos de Pequim diante da prisão de dezenas de dissidentes e ativistas de direitos humanos na China desde fevereiro, entre eles o artista Ai Weiwei, numa campanha de repressão que coincidiu com a agitação civil para reivindicar mudanças democráticas nos países árabes.
A terceira rodada de Diálogo Estratégico e Econômico reuniu nesta segunda e terça-feira em Washington altos funcionários dos governos dos dois países.
A delegação norte-americana foi liderada por Hillary e pelo secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, enquanto a chinesa teve à frente o próprio Dai e o vice-primeiro-ministro, Wang Qishan.
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