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Política e Economia

Nos EUA, mais de 3 mil se oferecem para cumprir pena no lugar de Bradley Manning

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Peticionários disseram que se sentiriam "orgulhosos" de ir para a cadeia pelo soldado norte-americano que vazou dados

Redação

2013-08-06T18:34:00.000Z

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Atualizada às 16h10

Wikicommons
Mais de 3 mil norte-americanos já assinaram uma petição intitulada “Eu ficaria orgulhoso de cumprir parte da sentença de Bradley Manning”. O soldado, que foi absolvido do crime de ajuda ao inimigo, mas considerado culpado de outras acusações, como roubo e espionagem, pode ser condenado a até 90 anos de prisão.

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Foram Manning, Snowden e Assange que correram riscos para expor crimes

A petição, que precisa angariar 4 mil assinaturas, deve ser entregue ao Major General Jeffrey S. Buchanan, encarregado de rever a sentença depois que a juíza militar Denise Lind decidir qual será a pena de Manning, em um processo que pode levar semanas. Até a tarde desta terça-feira (06/08), quase 3.200 pessoas já haviam assinado.

Hoje, a juíza Lind diminuiu a pena máxima de Manning dos 136 anos iniciais para 90, por considerar que algumas das acusações pelas quais ele foi condenado deveriam ser fundidas, segundo informações da Al Jazeera. A sentença começou a ser analisada na semana passada e o processo deve durar, no mínimo, até sexta-feira (09). 

“Se cada um de nós se dispuser a cumprir parte da sentença dele, isso traria atenção para a quantidade de tempo a que esse jovem foi sentenciado e, esperançosamente, reduziria sua pena”, está escrito na página inicial da petição.

Leia mais:
Manning é condenado pela maioria das acusações, mas não por "ajuda ao inimigo"

Sua criadora, Charlotte Scott, escreveu que a iniciativa é importante porque Manning fez um “favor” à sociedade norte-americana ao fornecer informações “que o próprio governo não forneceria” e, por isso, ela estava “ansiosa para cumprir parte de sua pena”, que, se for dividida entre todos quatro mil peticionários esperados, se reduz a pouco mais de uma semana para cada um. 

Homens, mulheres, jovens e idosos estão entre os que assinaram a petição. Alguns deixam depoimentos na página, como Gerry C., que considera que Manning não deve passar “tempo nenhum na cadeia” por ter tido “coragem de fazer a coisa certa”. Peggy L., de 68 anos, afirma que os EUA “estão em dívida profunda” com o soldado e, por isso, todos deveriam estar dispostos a cumprir parte da pena por ele.

Outras mensagens de apoio afirmando que os EUA precisam de “mais e não menos delatores” e que Manning “teve a decência de revelar provas da indecência do governo e dos militares” também podem ser lidas. Charlotte, a dona da petição, chegou a postar na página seu código postal para que pessoas estrangeiras que quisessem assinar pudessem fornecer um endereço válido no país.

Apesar de reconhecerem que as chances de a proposta ser aceita e a pena de Manning, realmente dividida, são muito pequenas, os peticionários afirmam que são sinceros ao dizer que cumpririam parte da pena por ele e consideram que a petição pode ser efetiva no sentido de pressionar os juízes que decidem a sentença e vão rever o caso. 

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Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

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O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

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O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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