Chega de furacões Katrina, Sandy ou Ivan. Uma organização defensora do meio ambiente dos Estados Unidos quer que tempestades tropicais passem a ser conhecidas pelos nomes de políticos que negam a ocorrência de uma mudança climática no mundo.
A campanha Climate Name Change, da organização 350 Action, propõe que a OMM (Organização Meteorológica Mundial) abandone a prática instituída em 1954 de dar nomes genéricos a furacões — como Lili, Tomas e Irene — e, para divulgar seus objetivos, criou uma petição e um vídeo em que simula noticiários anunciando a chegada das tempestades “homenageando” políticos.
“Andrew, Sandy, Ivan, Katrina… Desde 1954, a Organização Meteorológica Mundial vem nomeando furacões e tempestades tropicais. Mas o que essas pessoas fizeram para merecer ter seus nomes associados a isso?”, questiona o vídeo. Aparentemente, nada, mas não é o caso do senador Marco Rubio e da deputada Michele Bachmann, segundo a campanha.
Rubio, republicano da Flórida, e Bachmann, do estado do Minesota, são dois dos 40 políticos na mira da organização. Segundo a lista de “negadores e obstrucionistas” do site da Climate Name Change, Rubio já disse que “o governo não pode mudar o clima”, somente “aprovar uma porção de leis que destruirão nossa economia”. Ele ainda acusa países em desenvolvimento como Índia e China de poluírem mais que os Estados Unidos. “Eles não vão parar o que estão fazendo”, disse.
A Bachmann, por sua vez, atribuem a visão de que “a ciência indica que a atividade humana não é a causa de todo o aquecimento global. E que, na verdade, a natureza é a causa, com suas explosões solares etc”.
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Como meio de atrair ainda mais as pessoas para a campanha, o site oferece a possibilidade de fazer login no Facebook e ver quais dos seus amigos na rede social “têm o azar de compartilhar o nome com um furacão ou uma tempestade tropical”.
Reprodução
Site da Climate Name Change convida as pessoas a vincular furacões e tempestades a seus próprios amigos
Daniel Kessler, responsável pela mídia da 350 Action, disse à Opera Mundi que o objetivo da campanha é atingir os políticos mencionados de forma a fazê-los rever seus conceitos. “Tomara que possamos mudar suas visões”, declarou. De acordo com ele, a iniciativa, lançada na segunda-feira (26/08), vem conquistando bastante espaço na imprensa norte-americana e também em veículos internacionais.
Quando questionado sobre se os políticos poderiam promover algum tipo de ação legal contra a organização por difamação ou calúnia, Kessler respondeu que “não, pois o texto da nossa Constituição impede isso. A Primeira Emenda impede que nossa liberdade de expressão seja limitada”.
“A ciência é clara: o aquecimento global está acontecendo mais rápido do que nunca e os humanos são responsáveis”, diz o site da campanha. Dar aos furacões nomes de políticos que negam as mudanças climáticas que os provocam seria, então, uma maneira de fazê-los mudar de ideia e enxergar a verdade.
E, provando que não só a 350 Action acredita nessa solução, mais de 32 mil pessoas já assinaram a petição online — e o número aumenta a cada atualização de página. O objetivo é conseguir 50 mil assinaturas até o dia 30 de novembro, as quais serão levadas à OMM. Os furacões “Marco Rubio” e “Michele Bachmann” já parecem estar fazendo efeito.