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Política e Economia

Líderes mundiais foram "compreensivos" em casos de espionagem, diz Kerry

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Secretário de Estado dos EUA também afirmou que conversas com o Irã sobre questão nuclear estão próximas de acordo

Redação

2013-11-12T15:06:00.000Z

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Para o secretário de Estados dos Estados Unidos, John Kerry, os líderes mundiais foram “compreensivos em relação aos episódios de espionagem realizados pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos), assim como entenderam que nem todas as ações empreendidas por esse órgão são ordens do presidente Barack Obama”. Kerry concedeu uma entrevista, publicada nesta terça-feira (12/11) no site da rede estatal britânica BBC, onde também elogiou os avanços nas negociações multilaterais sobre o programa nuclear iraniano.

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Perguntado sobre as reações dos chefes de Estado a respeito das revelações de espionagem norte-americanas, cujos alvos foram vários lídere e políticos de alto escalão de diversos países, incluindo aliados dos EUA, Kerry disse que eles “foram muito respeitosos, muito compreensivos” em suas reações. “Nós todos estamos tentando encontrar uma saída que [ao mesmo tempo] respeite a privacidade, os direitos, que lute contra o terrorismo e que não interfira na vida das pessoas”, afirmou.

Agência Efe

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em viagem a Abu Dhabi

Desde o mês de junho, informações vazadas pelo ex-agente norte-americano Edward Snowden revelaram uma série de ações da NSA - que incluíram espionar chefes de Estado como a presidente brasileira Dilma Rousseff, e grampos no telefone celular da chanceler alemã Angela Merkel. Segundo Kerry, nenhuma ação relacionada a esses casos foi ordenada por Obama.

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Ele reconheceu, no entanto, que os países têm “dúvidas legítimas” sobre a extensão da vigilância da NSA sobre linhas telefônicas e a internet, repassadas por Snowden a jornais como o Guardian e o Washington Post.

As revelações levaram a protestos dos líderes europeus, mais contundentes por parte de Merkel, e chegaram a fazer com que Dilma Rousseff cancelasse uma visita de Estado aos EUA além de um protesto explícito em discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Kerry disse à BBC que “o presidente pediu uma revisão total do que estamos fazendo. As pessoas entendem que o presidente não ordenou tudo isso, e que isso ocorreu por um período muito longo, foi um processo evolutivo. Nós agora precisamos definir mais precisamente [nossas ações] e foi isso que o presidente pediu para ser feito”.

Programa nuclear

Sobre a questão nuclear iraniana, o secretário de Estado afirmou que as negociações iniciadas no último final de semana chegaram “muito, muito perto de um acordo”. “Acredito que estamos separados por quatro ou cinco formulações de alguns conceitos particulares, mas nada tão terrível que possa impedir que cheguemos a um acordo”.

A verdade é que nós tínhamos uma unidade no sábado, em uma proposta colocada de forma bem direta aos iranianos. Mas, em razão de algumas modificações, eles acreditaram que deveríamos voltar atrás e mudar a proposta. O ponto crítico - e que precisa ficar absolutamente claro para o mundo - é que [esse programa] não trata de armas nucleares. Eles precisam entender que existe um padrão pelo qual devem fazer algumas concessões. Dialogamos mais naquelas 38 horas [de reunião] do que nos últimos 30 anos”, afirmou.

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Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

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O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

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O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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