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Política e Economia

Ajuda humanitária às Filipinas é afetada por disputa geopolítica na Ásia

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China contribui de maneira mais modesta do que nações ocidentais; país está em disputa territorial com filipinos

João Novaes (*)

2013-11-16T11:00:00.000Z

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A mobilização internacional em torno da ajuda humanitária às vítimas do tufão Hayan nas Filipinas, que segundo autoridades locais já chegou a mais de 3.600 mortes, acabou sendo afetada pela disputa geopolítica na região do Pacífico asiático.

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Enquanto os países vizinhos e as potências ocidentais se prontificaram a enviar milhões em ajuda financeira e toneladas de alimentos, remédios e recursos humanos, a China, que se encontra em disputa contra os Estados Unidos pelo controle político e econômico da região, teve uma atuação muito modesta, mesmo também sido afetada pelo tufão, que deixou quatro mortos e sete desaparecidos em sua região sul na segunda-feira (11).

 

Quando Hayan deixou as Filipinas, a União Europeia enviou 17,5 milhões de dólares em ajuda, o Japão aproximadamente 11 milhões, o Reino Unido 24 milhões e os Estados Unidos 20 milhões, além do envio do porta-aviões USS George Washington, 5 mil soldados e 80 veículos aéreos de transporte. A ONU conseguiu arrecadar 72 milhões de dólares para as vítimas. Já a China se comprometeu inicialmente com apenas 100 mil dólares, menos do que os 150 mil dólares doados pelo papa Francisco. Após críticas, a contribuição passou para 1,6 milhão, ainda inferior aos 2,9 milhões doados pela companhia sueca de móveis domésticos Ikea, por exemplo. Também foram enviadas tendsa e cobertores.

Há razões políticas que podem explicar essa diferença de tratamento, já que China e Filipinas estão envolvidas, juntamente com outros países, em disputas territoriais no Pacífico, que envolvem desde pequenos arquipélagos até zonas de pesca, rotas comerciais e a possibilidade de recursos naturais no subsolo.

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Em janeiro, as Filipinas levaram a disputa contra a China pela soberania do recife Scarborough, na costa leste do país, para o Tribunal Internacional de Direito ao Mar, ligado à ONU. Pequim rejeita a ideia que o caso seja levado para tribunais internacionais, preferindo negociações bilaterais.

As Nações Unidas afirmaram que pelo menos 4.400 pessoas morreram na passagem de Haiyan pelas províncias centrais do arquipélago, enquanto os desabrigados chegam a 8 milhões de pessoas, números bem superiores ao anunciado pelo governo filipino.
 


A atitude chinesa foi defendida pela imprensa local, como em um editorial do Global Times, próximo ao PCCh (Partido Comunista Chinês), que pediu que fossem enviados navios de guerra ao território filipino. "As Forças Armadas deveriam ter papel mais relevante na diplomacia chinesa". Para o jornal, a China como uma potência, não deveria se preocupar com a opinião internacional de que está fazendo pouco pelos filipinos.Por causa da disputa territorial, as Filipinas também deixaram claro que não permitem que um país adversário entre com veículos militares em seu território.

Para Li Haidong, professor associado da Universidade de Relações Exteriores da China, os EUA eo Japão podem ter mais intenções ocultas por trás da ajuda humanitária. "Com a ajuda prestada, o Japão tem como objetivo, em parte, ajudar os EUA a realizar sua estratégia geopolítica para a Ásia. Enquanto isso, os EUA podem manter suas boas relações com as Filipinas e, consequentemente, garantir o apoio do aliado posterioremente", disse Li ao Global Times.

Nesta quinta-feira (16/11), pouco depois do desastre, o governo de Hong Kong chegou a pedir aumento de sanções econômicas aos filipinos em razão de uma crise de reféns ocorrida no arquipélago asiático em 2010, que culminou com a morte de oito pessoas da ex-dependência britânica, causando revolta entre a população local.

Enquanto isso, militares e especialistas de Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Canadá, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Alemanha e Suécia continuam nesta sexta-feira os trabalhos de emergência. Helicópteros do USS George Washington continuam a levar ajuda a algumas das áreas mais afetadas, um destroyer britânico HMS Daring deve chegar ao porto filipino de Cebu , no fim de semana, levando uma tripulação de 200 soldados treinados para emergências humanitárias, bem como pacotes de ração e equipamentos de resgate.

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As necessidades são colossais, com corpos de vítimas já em estado de decomposição que ainda precisam ser recolhidos e que estão espalhados pelas ruas das cidades atingidas. Além disso, dezenas de milhares de pessoas estão sem acesso a alimentos e água na região central do arquipélago.

Não por acaso, a marinha norte-americana descarregou na zona milhares de sacas de arroz e outros alimentos utilizando helicópteros Blackhawk que estão no porta-aviões.

O contratorpedeiro britânico HMS Daring, com capacidade de tornar potável uma grande quantidade de água, também se juntou aos trabalhos de ajuda com o apoio de aeronaves e será substituído mais adiante pelo porta-helicópteros inglês HMS Illustrious para expandir as operações.

A segurança para lidar com os constantes saques e a precariedade dos serviços de saúde, devido à destruição de grande parte dos hospitais e postos de saúde, são alguns dos problemas mais graves, sobretudo nas ilhas de Samar e Leyte.

(*) com informações do jornal britânico The Telegraph, do jornal chinês Global Times e da agência alemã Deutsche Welle
 

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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