Wikicommons/Divulgação
A derrota do lutador Anderson Silva, ocorrida na madrugada deste domingo (29/12) em Las Vegas, sudoeste dos EUA, causou repercussão na imprensa internacional. Enquanto muitas publicações destacavam que a revanche contra o norte-americano Chris Weidman pode ter sido o derradeiro capítulo da carreira profissional do brasileiro, outras questionam o futuro do UFC (Ultimate Fight Championship), que pode ficar sem ídolos, enquanto algumas ainda criticavam a violência da modalidade.
Leia mais:
A violência “sem regras” do UFC: saudades de Mike Tyson
O jornal britânico The Guardian destacou que, com a contusão e a possível aposentadoria de Anderson, somada ao anúncio da retirada do canadense Georges St.-Pierre dos ringues, o esporte perde seus dois principais ídolos dos últimos anos.
Esse fato poderá dificultar seriamente, segundo o jornal, os planos do UFC – torneio mais prestigiado de MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas) no mundo –, de se expandir para a Europa. O mercado do UFC ainda está focado na América do Norte, com boa audiência no Brasil e um pouco nos países anglófonos. Para popularizar o UFC no Velho Continente, seus promotores planejam, além de fomentar lutas regionais, criar uma série de programas de reality shows.
O jornal não hesitou em chamar o esporte de controverso e lembrar a frase dada a ele pelo senador republicano John McCain, de “briga de galos humana”.
NULL
NULL
Quem não poupou críticas ao esporte foi o blogueiro Sean Gregory, do site da revista norte-americana Time, lembrando que a lesão de Anderson não foi um mero acidente. O próprio adversário Weidman declarou que o lance decisivo da luta não foi acidental, pois se preparou para receber o chute, uma manobra que seu técnico apelida de “destruição”. No UFC, segundo o jornalista, essas contusões são comuns. “A contusão de Silva não faz o MMA ser violento. O MMA faz o MMA ser violento. Foi uma noite brutal para um esporte brutal”.
Reprodução/Time Magazine
Revista norte-americana Time critica agressividade do MMA
Gregory diz que o resultado da luta foi desastroso para o UFC, pois esta estava programada para ser talvez a luta mais importante da história da modalidade, anunciada por seu próprio promotor, Dana White. Ele suavizou sua crítica em apenas um momento: “Essa é a principal razão para o público preferir o MMA ao boxe. As lutas importantes realmente acontecem”, criticando o fato de nunca ter ocorrido o confronto entre o filipino Manny Pacquiao e o norte-americano Floyd Mayweather.
A luta
Anderson Silva, considerado o maior ícone do UFC, perdeu para Weidman na luta principal da noite, a revanche entre os dois lutadores – a primeira luta já havia sido vencida pelo norte-americano, colocando fim a 11 defesas de título do brasileiro. O momento decisivo da luta foi quando Anderson fraturou uma perna ao tentar aplicar um chute no adversário.