O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sábado (20/10) que irá se retirar do tratado de armas nucleares de médio e curto alcance, assinado com a Rússia em 1987.
Durante um comício para as eleições legislativas no estado de Nevada, o mandatário acusou o governo de Vladimir Putin de violar o acordo através do desenvolvimento de um novo míssil de cruzeiro.
“Nós não deixaremos que eles violem o acordo nuclear e construam armas. Nós nos mantivemos no acordo e nós honramos o tratado, porém a Rússia, infelizmente, não honrou o acordo então nós acabaremos com ele”, afirmou.
“A Rússia violou o acordo. Eles vêm violando o acordo há muitos anos e não sei por que o presidente Obama não realizou negociações nem se retirou dele”, disse Trump.
O presidente norte-americano ainda afirmou que, uma vez que “a Rússia não está mantendo o acordo”, os EUA desenvolverão as armas proibidas pelo tratado.
“A Rússia não está mantendo o acordo, então vamos acabar com ele e vamos desenvolver as armas. Enquanto alguém estiver violando o acordo então nós não seremos os únicos a mantê-lo”, disse.
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Jonh Bolton, viajou à Rússia neste sábado (20/10) para se reunir com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergeri Lavrov.
Segundo a imprensa norte-americana, Bolton teria pressionado Trump para retirar os EUA do acordo.
Rússia
Após as declarações de Trump, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou que se os EUA continuarem a agir unilateralmente, o governo russo responderá com medidas “de caráter técnico militar”.
“Se os norte-americanos continuarem a agir de modo tão grosseiro e brutal, como já vimos em várias situações, se eles continuarem a sair de tratados, diferentes acordos e mecanismos unilateralmente não nos restará nada mais que empreender medidas de resposta, inclusive do caráter técnico militar”, disse Ryabkov à agência Sputnik.
O vice-ministro russo ainda afirmou que “a questão é grave demais para ser resolvida através de uma polêmica pública” e que o governo de Putin “não quer chegar a esse ponto”.
De acordo com Ryabkov, Moscou encara o anúncio como “novas tentativas norte-americanas de chantagear a Rússia para que ela faça concessões no campo da segurança e estabilidade estratégica internacionais”.
Acordo
Assinado durante o período da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética em 1987, o Tratado INF prevê a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro cujo alcance estiver entre 500 e 5.500 quilômetros.
Além disso, o acordo permite a qualquer uma das partes inspecionar as instalações militares da outra.
O tratado tem prazo indeterminado, mas qualquer uma das partes pode rompê-lo caso apresente provas sólidas de violação. Os Estados Unidos e a Rússia já se acusaram repetidamente de violar o acordo.
*Com Sputnik
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