De volta à cena pública de Cuba, o ex-presidente e líder da revolução cubana, Fidel Castro completa 84 anos nessa sexta-feira (13/8). Por conta da data, artistas e intelectuais da ilha organizaram uma série de atividades culturais, denominada “Com Fidel pela Paz”, que teve início ontem e vai até sábado. O tema pontuará concertos, lançamentos de livros, realização de murais, fóruns literários e apresentações de corais infantis.
Desde 2006 Fidel não fazia aparições públicas, quando deixou a presidência, ocupada pelo irmão, Raúl Castro, devido a problemas de saúde. O ex-presidente permaneceu publicando seus artigos e apareceu esporadicamente em fotos oficiais com líderes de outros países que visitavam a ilha.
Efe
Cartazes em Havana desejam um feliz aniversário a Fidel, que completa hoje 84 anos
Gradativamente, o líder da revolução cubana voltou ao cenário. No início de julho, na primeira aparição pública, Fidel participou de uma mesa redonda sobre política externa na televisão cubana. Dias depois, foi ao Aquário Nacional de Cuba, em Havana, onde assistiu a espetáculos com golfinhos e conversou com funcionários e crianças; na semana seguinte, participou de uma homenagem a ex-combatentes da revolução, vestindo a tradicional camisa verde-oliva.
No último sábado (7/8), discursou na Assembleia Nacional em uma sessão extraordinária. Fidel falou aos parlamentares que nesse momento estão sendo criadas as condições para uma guerra nuclear “sem proporções” e que resta ao presidente norte-americano, Barack Obama, evitá-la. Ele também mencionou o caso dos Cinco Cubanos, presos nos Estados Unidos desde 1998 por suposta espionagem.
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Atualmente, Fidel continua sendo o primeiro-secretário do governante Partido Comunista de Cuba e é deputado da Assembleia Nacional.
Biografia
Fidel nasceu em 13 de agosto de 1926 em Birán, oriente de Cuba, filho de um imigrante espanhol e de uma cubana. No início dos anos 1950, formou-se em Direito na Universidade de Havana, onde começou a se interessar pela política.
Em 26 de julho de 1953, fez a primeira ação armada para tentar derrubar o ditador Fulgencio Batista, cujo governo era apoiado pelos EUA. Nesse dia, um grupo de 165 jovens liderado por Fidel assaltou o quartel general de Moncada, em Santiago de Cuba, e o forte de Céspedes.
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Grande parte dos guerrilheiros morreu e Fidel foi preso, julgado e condenado a 15 anos de prisão. Por ser advogado, ele formulou sua autodefesa – que levou o nome de “A história me absolverá” – diante do tribunal e, após 22 meses de prisão, foi libertado com a anistia geral de 1955.
Fidel voltou a Cuba com outros 82 membros do denominado Movimento 26 de Julho em 2 de dezembro de 1956 a bordo do iate Granma. Dentre os acompanhantes estavam o argentino Ernesto “Che” Guevara, o cubano Camilo Cienfuegos e seu irmão, Raúl Castro. O movimento deu início à revolução, que culminou com a queda do governo em 1º de janeiro de 1959, após a redenção na cidade cubana de Santa Clara.
Na chegada à Havana, em 8 de janeiro, Fidel discursou: “A tirania foi derrotada. A alegria é imensa. E no entanto, ainda fica muito por fazer. Não nos enganemos acreditando que daqui para a frente tudo será mais fácil; talvez no futuro tudo seja mais difícil.”
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