Em declaração conjunta com 26 países na Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, pediu nesta segunda-feira (05/10) o fim “imediato” das sanções econômicas e bloqueios unilaterais promovidos pelos Estados Unidos.
“Continuamos a testemunhar a aplicação de medidas coercitivas unilaterais, contrárias aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, do multilateralismo e das normas básicas das relações internacionais”, disse.
O comunicado do embaixador foi feito em nome de países como Angola, Bielorússia, Camboja, China, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Nicarágua, Paquistão, Palestina, Rússia, Síria, Venezuela e outros.
Ainda na declaração, Jun afirmou que tais medidas unilaterais têm “impactos inegáveis” sobre os direitos humanos e “impedem a plena realização do desenvolvimento social e econômico”. “Prejudicam o bem-estar da população dos países afetados, em particular das mulheres, crianças, incluindo adolescentes, idosos e pessoas com deficiências […] [prejudicam também] o direito à saúde, pois dificultam o acesso a medicamentos e tecnologias médicas, equipamentos e suprimentos”, disse.
A fala do chinês ainda ressaltou uma declaração emitida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, cujo tema foi a necessidade de suspender as sanções que impactam diretamente na saúde e nos direitos humanos.
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Zhang Jun pediu o fim "imediato" das sanções econômicas promovidas pelos Estados Unidos
A Terceira Comissão faz parte do calendário da Assembleia Geral da ONU e acontece durante oito semanas, entre outubro e novembro, geralmente após as apresentações dos chefes de Estados. O órgão atribui ao terceiro comitê pautas relacionadas às questões sociais, humanitárias e de direitos humanos.
Covid-19
O embaixador ainda destacou o impacto negativo das sanções na eficácia do combate à pandemia do novo coronavírus, afirmando que a covid-19 continua afetando “gravemente todas as nações, em particular os países em desenvolvimento”. Segundo Jun, é necessário “solidariedade global e cooperação internacional” para que haja uma resposta ao vírus.
“Aproveitamos esta oportunidade para pedir o fim completo e imediato das medidas coercitivas unilaterais, a fim de garantir a resposta plena, efetiva e eficiente de todos os membros da comunidade internacional à covid-19”, declarou.
Jun ressaltou que a taxa de mortalidade em decorrência da doença é “desproporcionalmente” mais alta em alguns países e em “minorias”. O discurso do embaixador também rechaçou episódios de brutalidade policial, como o caso do policial branco que assassinou o afro-americano George Floyd, nos Estados Unidos.
“Casos como a morte de George Floyd e o assassinato de Jacob Blake continuam ocorrendo e pessoas vulneráveis continuam sofrendo ou perdendo suas vidas devido ao racismo e à brutalidade policial. Esses casos são um lembrete de que a discriminação racial crônica, profundamente enraizada, a brutalidade policial e a desigualdade social ainda existem”, afirmou.