O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (16/05) o restabelecimento de voos para Cuba e a eliminação dos limites de remessas, medidas que foram descritas pelo governo da ilha como “positivas, mas de alcance muito limitado”.
De acordo com o pronunciamento do mandatário, um programa de reunificação familiar que estava suspenso há anos será restabelecido, assim como o aumento dos serviços consulares para facilitar as viagens a Cuba. O limite de remessas de mil dólares por trimestre também será suspenso, esta última tendo sido uma medida aplicada pelo ex-presidente Donald Trump.
“Vamos apoiar as remessas de doações para empresários cubanos, com o objetivo de novas capacidades às famílias para apoiar uns aos outros e para os empresários consigam expandir seus negócios”, disse o comunicado do Departamento de Estado dos EUA.
Por sua parte, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, enfatizou que isso não muda a estrutura do bloqueio ilegal a que Havana tem sido vítima há mais de 60 anos. “A decisão não modifica o bloqueio, a inclusão fraudulenta na lista de países que patrocinam o terrorismo, ou a maioria de medidas coercivas de pressão máxima de Trump que ainda afetam o povo cubano”, disse o ministro Rodríguez.
Ao mesmo tempo, Rodríguez observou que o referido anúncio da Casa Branca pode estar sujeito a condições. “Para conhecer o real alcance deste anúncio, devemos aguardar a publicação do regulamento que determinará sua aplicação”, alertou.
POTUS/Twitter
Entre as medidas anunciadas por Biden estão a suspensão do limite de remessas e o restabelecimento de voos ao país
Em nota, a chancelaria cubana disse que a medida não elimina as proibições de viagem de norte-americanos e também não reverte a inclusão “arbitrária e fraudulenta” da ilha socialista na lista de países supostamente patrocinadores do terrorismo.
O Ministério das Relações Exteriores diz ainda que se trata de um passo limitado na direção correta, sendo uma “resposta à denúncia do povo e do governo cubano”.
“Também atende aos apelos da sociedade norte-americana e dos cubanos residentes naquele país. Essa tem sido uma demanda da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos e de quase todos os Estados membros das Nações Unidas, expressa no voto esmagador contra o bloqueio. São demandas justas que foram ignoradas pelo governo dos Estados Unidos com um custo muito alto para nossa população”, afirma a pasta.
No governo Trump, sob pandemia da covid-19, a ilha socialista, que já é alvo de embargo econômico desde a década de 1960, sofreu ainda mais com as restrições impostas pelos EUA, com a aplicação de 240 novas penalidades.