O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta segunda-feira (20/03) uma reestruturação “nos níveis mais altos” do comando da estatal petroleira venezuelana PDVSA.
O anúncio veio após o início de uma operação encabeçada pelo Ministério Público (MP) e pela Polícia Anticorrupção – criada por Maduro em 2014 – que já deixou pelo menos sete pessoas presas e motivou a renúncia do agora ex-ministro do Petróleo Tareck El Aissami.
As suspeitas que deflagraram a operação é de desvio de dinheiro dos cofres da empresa. Segundo a imprensa local, três diretores da PDVSA já foram presos.
Os casos fizeram com que Maduro convocasse uma reunião partidária na noite desta segunda-feira, da qual participaram também a vice-presidente, Delcy Rodríguez, e o presidente do Legislativo, Jorge Rodríguez.
“Nós vamos limpar plenamente a PDVSA de todos esses mecanismos, de todas essas barbaridades, de toda essa gente que rouba dinheiro do povo, com medidas draconianas de reestruturação no mais alto nível”, disse Maduro.
Luigino Bracci/Flickr
Trabalhadores da estatal petroleira venezuelana PDVSA
O presidente ainda afirmou que já havia aceitado a renúncia do ministro do Petróleo para “apoiar, acompanhar e respaldar todo esse processo”.
Outro detido por conta das investigações na PDVSA foi o diretor da Superintendência de Criptoativos da Venezuela, Joselit Ramirez, que já foi exonerado por Maduro.
O Procurador Geral da República, Tareck William Saab, anunciou a criação de um grupo especial de procuradores para trabalhar nos casos e disse que não descarta a possibilidade de que mais prisões sejam efetuadas nos próximos dias.
Outras prisões
Além dos casos ligados à estatal petroleira, a operação do MP em conjunto com a Polícia Anticorrupção prendeu dois juízes de Caracas por um suposto caso de “corrupção judicial”.
O prefeito de Las Tejerias, Pedro Hernández, do partido governista, também foi detido no último final de semana. Ele é acusado de um suposto envolvimento com grupos paramilitares da região.