O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (08/08), na abertura da Cúpula da Amazônia, em Belém, que é “urgente” impulsionar a cooperação entre os países da região devido à crise climática.
Para ele, o momento atual requer atenção, já que “nunca foi tão urgente” retomar ações conjuntas para fortalecer e proteger o meio ambiente. “Os desafios da nossa era demandam ação conjunta, é por isso que anunciei esta cúpula antes mesmo de assumir a Presidência”, disse Lula em seu pronunciamento.
Lula afirmou ser uma “alegria” receber os líderes dos países amazônicos no Brasil, ressaltando que faziam 14 anos que esses Estados não se reuniam para “discutir a cooperação” entre si: “vamos conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento econômico sustentável”.
Ele recordou ainda que essa é a primeira vez que a cúpula é realizada no Pará, e a “primeira vez em um contexto de severo agravamento da crise climática”. Desde que a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA) foi assinado, em 1978, os chefes de Estado só se encontraram três vezes, todas elas em Manaus.
A cúpula, que vai até esta quarta-feira (09/08), está reunindo representantes de oito países que fazem parte da OTCA: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru Suriname e Venezuela.
Ricardo Stuckert
Cúpula da Amazônia recebe representantes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru Suriname e Venezuela
Cinco chefes de Estado estão na cúpula. Guillermo Lasso, do Equador, e Chan Santokhi, do Suriname, não participam. Assim como o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que havia cancelado seus compromissos por conta de “otite média”, ou inflamação no ouvido. Caracas está representada pela vice, Delcy Rodríguez.
Fora dos países da OTCA, representantes da República do Congo, da República Democrática do Congo e da Indonésia também estão, já que possuem reservas de florestas tropicais.
“Precisaremos conciliar a proteção ambiental com a inclusão social, o fomento à ciência tecnológica e a inovação, o estímulo à economia local, o combate ao crime internacional e a valorização dos povos indígenas e de comunidades tradicionais e seus conhecimentos ancestrais”, afirmou.
Em segundo lugar, de acordo com o presidente, estão medidas para o fortalecimento da OTCA, classificada por ele como um legado construído ao longo de quase meio século e o único bloco do mundo que nasceu com uma missão socioambiental.
“A OTCA é o primeiro bloco do mundo que nasceu com uma visão de preservação ambiental. Vamos fortalecer os países amazônicos frente à agenda internacional”, disse o presidente brasileiro na abertura, destacando que a reunião de países-membros desta terça deve gerar três grandes propostas, incluindo discutir e promover uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos de quem vive na Amazônia.
“A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riquezas. Ela é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias. Nela podem estar soluções para inúmeros problemas da humanidade, da cura de doenças ao comércio mais sustentável. A floresta nos une”, afirmou Lula.
(*) Com Ansa e Agência Brasil.