O discurso da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff foi um dos mais aguardados da edição deste ano da Cúpula Mundial dos Governos (World Governments Summit) que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Sua participação no evento como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, por sua sigla em inglês, embora a instituição seja mais conhecida no mundo como Banco do BRICS) aconteceu nesta terça-feira (13/02) e se destacou por prever que o bloco do Sul Global deve se impor ao Ocidente, representado pelo G7, ainda nesta década.
A partir de um informe realizado pelo NDB, Dilma explicou que, com a introdução dos novos cinco sócios, o Brics passa ser responsável por cerca de 35% da produção econômica global, mas que esse percentual deve superar os 40% até o ano de 2028.
O informe acrescenta que oito dos dez países que compõe atualmente o BRICS devem experimentar um aumento em sua participação na economia do planeta durante os próximos anos – a lista inclui os cinco integrantes mais antigos do grupo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul; além de três dos novos membros: Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes; apenas Etiópia e Irã não projetariam o mesmo crescimento, ao menos por enquanto.
NDB
Dilma ocupa o cargo de Presidente do NDB desde abril de 2023
Por outro lado, o G7 – entidade conformada pelas maiores economias do Ocidente, e que reúne Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália e Canadá – enfrentaria uma queda importante em sua participação na economia global na próxima meia década.
Segundo o mesmo informe do NDB, até 2028, os países do G7 veriam sua participação cair para um patamar abaixo de 30% – em uma das projeções, o documento chega a falar em 27,8% do PIB global daqui a quatro anos.
Dilma também destacou que esses números obedecem a uma tendência que já é observara há anos: a participação dos mercados emergentes no comércio mundial aumentou de 37% em 2016 para 41% em 2022, enquanto as potencias tradicionais foram de 62% para 58% no mesmo período.