Abdullah Yamin, do PPM (Partido Progressista da Maldivas) e meio-irmão do ex-ditador Maumun Abdul Gayum, jurou neste domingo (17/11) o cargo como presidente das ilhas Maldivas após vencer a eleição realizada no sábado (16), informou a Presidência do país asiático.
Yamin, sexto presidente na história das Maldivas, tomou posse de seu cargo na primeira hora da tarde em uma sessão extraordinária do Parlamento que aconteceu em Malé, capital da nação asiática, de acordo com a site da presidência.
Mohamed Jameedel Ahm, por sua parte, jurou o cargo como vice-presidente do país.
O novo líder obteve 51,39% dos votos na 2º turno do pleito realizado no sábado, contra 48,61% que do ex-presidente Mohamed Nashid, deposto em fevereiro do ano passado em uma revolta policial, que já reconheceu a derrota.
Embora Nashid tenha partido como favorito, o apoio no segundo turno do Partido da Justiça, terceiro colocado no 1º turno, ao PPM decidiu o pleito em favor de Yamín.
“Trabalhamos juntos para salvar a nação maldiva, para proteger a sagrada religião do islã”, afirmou o novo presidente após saber da vitória, que disse lhe foi “concedida por Deus, por nossa religião”.
Por sua vez, Nashid reconheceu a derrota e pediu a seus seguidores que não tentem derrubar o novo governo nas ruas ou com a violência. “Devemos aderir aos princípios democráticos”, afirmou o ex-presidente.
Esta eleição presidencial, a segunda na história do país realizada de forma democrática, foi marcada por atrasos e problemas.
NULL
NULL
No último dia 7 de setembro, Nashid obteve mais de 45% dos votos, mas o pleito foi cancelado pela Corte Suprema devido a irregularidades como sufrágios múltiplos e de pessoas falecidas.
O primeiro turno deveria ter sido repetido em 19 de outubro, mas a polícia impediu a votação com o argumento que não se cumpriam as condições fixadas pelo Supremo para realizar o processo com “normalidade”.
Finalmente, no sábado passado se repetiu o 1º turno. Porém, a segunda votação, prevista para o dia seguinte, foi adiada pela Corte Suprema, que sustentou que não havia tempo suficiente para preparar a jornada eleitoral.
As ilhas Maldivas estão desde fevereiro de 2012 imersas na instabilidade: após uma ditadura de 30 anos, Nashid, o primeiro presidente eleito democraticamente em 2008, se viu forçado a renunciar, pressionado por simpatizantes do ditador anterior.
As Maldivas são um pequeno arquipélago do Oceano Índico com uma pujante indústria turística que até agora aplicou de forma liberal os preceitos do islã, a religião oficial do Estado e credo quase unânime entre seus pouco menos de 400 mil cidadãos.