A grave crise econômica enfrentada pelo Chipre ganhou nesta quinta-feira (21/03) novo capítulo. O BCE (Banco Central Europeu) afirmou que os cipriotas devem elaborar um plano econômico – que inclui o levantamento de 5,8 bilhões de euros – a fim de liberar um fundo internacional. Caso não consigam cumprir o prazo, o BCE ameaçou retirar todos os recursos emergenciais emprestados ao Chipre.
Agência Efe
Manifestantes protestam para presionar que Parlamento mantenha decisão
O BCE vem operando os bancos do Chipre com uma linha de liquidez que dá fôlego temporário ao país. Agora, se até segunda-feira (25/03) os cipriotas não atenderem as demandas para a liberação de um novo crédito, a linha de liquidez será cortada. O parlamento cipriota vê a medida como uma forma de forçar o governo a recorrer a um pacote de empréstimo de 10 bilhões de euros, que obrigaria o país a aumentar os impostos para os correntistas do país.
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Os deputados já haviam recusado na terça-feira(19/03) um pacote fiscal enviado pela troika (BCE, Comissão Europeia e FMI), que previa a taxação sobre os depósitos bancários do país. A medida é impopular e causa indignação em diversos setores da sociedade cipriota. Centenas de manifestantes saíram às ruas para se posicionar contra as exigências do BCE. Tanto o presidente quanto membros do parlamento afirmam que a situação é uma clara chantagem econômica.
“Pelo visto, o BCE tem mesmo todo o direito de só providenciar liquidez de emergência a ‘países que têm futuro’”, afirmou a portuguesa Marisa Matias, integrante do Parlamento Europeu, citada pelo Esquerda.net.
Uma pesquisa realizada pela Prime Consulting apontou que 91% da população apoiou a decisão do parlamento de rejeitar a imposição do BCE. Para outros 67,3% dos entrevistados, a melhor opção seria deixar a União Europeia a ter que aceitar o acordo que sufocaria a população.
O candidato à presidência e ex-ministro de relações internacionais do Chipre, Giorgos Lillikas, acredita que aceitar o resgate do BCE seria equivalente a um suicídio. “Espero que nossos parceiros não estejam nos pedindo para escolher entre deixar o euro o cometer suicídio. Não existe nenhuma chance de um país cometer suicídio”, disse.
O presidente cipriota afirmou que espera resolver o problema nesta quinta. O governo do Chipre anunciou que os bancos continuam fechados até a próxima semana, assim como a bolsa de valores.