Dezenas de pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira (16/12) em confrontos entre manifestantes e a polícia perto da sede do Conselho de Ministros do Egito, no centro do Cairo. As informações foram confirmadas pelo Ministério da Saúde e uma fonte dos serviços de segurança.
Em declarações à agência de notícias estatal Mena, um porta-voz do Ministério da Saúde egípcio informou que 36 pessoas ficaram feridas nos confrontos. Já uma fonte das forças de segurança afirmou que o número chega a 56.
A fonte das forças de segurança explicou também que os confrontos ocorreram na madrugada desta sexta-feira depois que se espalharam rumores entre os manifestantes acampados na área. O boato seria de que um deles, torcedor do time de futebol Al Ahli, havia sido detido e espancado pelos policiais.
Segundo a fonte, os manifestantes começaram a lançar pedras contra policiais concentrados na sede do Conselho de Ministros, que revidaram com golpes violentos.
Os manifestantes atearam fogo em três carros estacionados, e as chamas chegaram até algumas barracas próximas, indicou a fonte.
Um médico do hospital de campanha instalado na praça Tahrir disse que a maioria das pessoas que está atendendo foi atingida por pedradas. Ele mesmo teria visto o início dos incidentes na madrugada desta sexta-feira quando o torcedor do Al Ahli foi detido pelas forças de segurança.
O médico afirmou que os amigos do torcedor se enfureceram com sua detenção e começaram a lançar pedras em direção aos policiais, e acrescentou que os manifestantes montaram um hospital de campanha na praça Tahrir porque o que havia nas ruas próximas ao Conselho de Ministros foi destruído durante os confrontos.
Já um ativista que estava no local indicou que os confrontos continuam em uma rua próxima à sede governamental, apesar de a polícia militar não estar sendo afetada por usar capacetes e coletes à prova de balas.
O ativista indicou que os manifestantes estão tentado fechar o acesso à praça Tahrir pelo lado do Museu Nacional Egípcio para evitar que cheguem reforços dos efetivos de segurança e encurralem os participantes do protesto.
Segundo a fonte dos serviços de segurança, os policiais estão usando mangueiras de água para dispersar os manifestantes.
Dezenas de pessoas mantêm um acampamento em frente à sede do Conselho de Ministros e em uma das laterais da Praça Tahrir desde que o local foi reaberto ao tráfego em 11 de dezembro para protestar contra o novo governo de transição dirigido por Kamal Ganzouri, primeiro-ministro entre 1996 e 1999 durante o mandato do ex-presidente Hosni Mubarak.
As imediações da praça Tahrir foram palco de violentos confrontos entre manifestantes e a polícia no final do mês passado, dando início a um grande acampamento contra a junta militar no local e causando a renúncia do Executivo do anterior primeiro-ministro Essam Sharaf.
Na quinta-feira, foi realizado o primeiro turno da segunda etapa das eleições parlamentares em nove províncias do Egito, após a vitória dos islâmicos na fase inaugural das eleições, iniciadas em 28 de novembro.
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