O Conselho de Segurança da ONU aprovou, nesta sexta-feira (07/08), por unanimidade, uma resolução para investigar denúncias de ataques contra civis com substâncias químicas, como o cloro, no conflito sírio.
A proposta foi aprovada pelos quinze membros do Conselho. O texto pede ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e à OPAQ (Organização para a Proibição das Armas Químicas) a criação de uma missão de investigação conjunta sobre os ataques.
Agência Efe (Arquivo)
Imagem fornecida pela agência de notícias estatal SANA com supostas vítimas de armas químicas em março de 2013
Os especialistas terão mandato de pelo menos um ano. A expectativa é de que o secretário-geral da ONU e a OPAQ enviem suas recomendações para o estabelecimento da missão em 20 dias.
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Rússia e Estados Unidos, dois dos membros plenos do Conselho de Segurança, haviam acordado, ainda em 2011, a necessidade de se eliminar as armas químicas na Síria. A resolução desta sexta foi possível após acordo entre ambos os países sobre o texto final.
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Os membros do Conselho fizeram também um chamado para o governo sírio e todas as partes no conflito no país para que “cooperem plenamente” com a missão. Eles pediram ainda que os demais Estados colaborem e entreguem todas as informações que tiverem sobre o ataque.
Armas químicas
Em 2013, um ataque com armas químicas, o pior em 25 anos, provocou a morte de mais de 1.400 pessoas, sendo 400 crianças e deixou mais de três mil feridos. Os Estados Unidos acusaram o governo de Bashar Al-Assad de ser o responsável pelo uso do armamento – tese rechaçada pela Rússia.
Assim, em 6 de novembro de 2014, a ONU anunciou que o último arsenal químico da Síria seria destruído em 2015. Como consequência de uma petição russa, o governo sírio colocou o armamento sob controle internacional.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 240.381 pessoas morreram, sendo 71.781 civis, desde o início do conflito na Síria, há mais de quatro anos.