Uma caravana de bicicletas marcou o registro da candidatura do presidente do Equador, Rafael Correa, à reeleição. Vestindo terno, Correa pedalou à frente de funcionários do governo, parlamentares e apoiadores, por aproximadamente sete quilômetros, do centro histórico de Quito até o norte da cidade, onde fica o CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
Agência Efe
O atual presidente do Equador, Rafael Correa, chegou de bicleta ao CNE para registrar sua candidatura
As bicicletas viraram um dos símbolos do governo equatoriano, que sempre promove passeios ciclísticos e determinou que todas as rodovias em construção no país tenham ciclovias. “Temos incorporadas as necessidades do esporte e de mudanças culturais. Parte dessas mudanças culturais é deixar de usar veículos e combustíveis poluentes em benefício das bicicletas”, disse ao Opera Mundi o ex-ministro da Defesa e candidato à Assembleia Nacional, Miguel Carvajal.
Outros milhares de militantes esperavam os ciclistas nas calçadas em frente ao órgão eleitoral para acompanharar por telões o registro da candidatura do presidente, do vice e de postulantes a cargos no poder legislativo pelo movimento Aliança País.
Em auditório lotado, Correa foi recebido com um coro: “já temos presidente!” Em discurso de quarenta minutos, apontou com um dos grandes avanços de seu governo: a redução da pobreza extrema no país, que, pela primeira vez, está abaixo de dois dígitos, em 9%.
“Como, numa terra tão rica como o Equador, existem pobres? – indagou o presidente, que prometeu priorizar os excluídos, sem acesso a educação, saúde, moradia e trabalho digno.
Se tiver mais quatro anos na presidência, Correa pretende usar o poder para aprofundar as transformações sociais e “mudar as estruturas injustas do país para que haja menos desigualdade, miséria e injustiças”.
Um exemplo citado pelo presidente é o ganho dos bancos, que segundo ele estão obtendo resultados históricos. A proposta do governo é aumentar impostos do setor para socializar os lucros. O programa dos socialistas também prioriza infraestrutura, ciência, conhecimento e talento humano.
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Correa é o favorito nas pesquisas eleitorais, mas recomendou aos militantes que não caiam no “triunfalismo”. O presidente disse também esperar uma campanha dura. “A oligarquias estão feridas e buscarão parar o processo (de mudanças) no Equador”, alertou.
Integração latino-americana
Se for reeleito, Correa promete que “a prioridade da política internacional é continuar impulsionando a integração latino-americana”. “Foi feito muito, mas ainda falta muito por fazer”, disse o presidente ao Opera Mundi após o registro da candidatura.
Agência Efe
Correa também prometeu aumentar a taxação sobre os bancos para diminuir os lucros das instituições financeiras
Correa propõe políticas trabalhistas regionais e mesmo um salário mínimo comum. “Estamos harmonizando a política de defesa. Por que não harmonizar a política trabalhista? Por que não ter um salário básico para toda a região para que não sejamos vítimas da voracidade do capital internacional?” Para o presidente, se os países da região enfrentarem o problema em conjunto, será Amércia do Sul a impor condições ao capital estrangeiro.
O presidente ainda defendeu o uso de moedas locais para o comércio exterior, principalmente na América Latina. “Que sentido tem usar uma moeda extraregional nas negociações entre nossos países?”
Correa foi o primeiro candidato à presidência a registrar a candidatura. Mas a expectativa é de que outros seis candidatos disputem as eleições. Eles têm até quinta-feira (15/11) para fazer o registro. Os equatorianos votam em primeiro turno no dia 17 de fevereiro.