A Câmara dos Deputados do Chile aprovou por unanimidade um projeto do governo de Sebastián Piñera para entregar um bônus de 80 dólares a quatro milhões de pessoas das camadas mais pobres do país. A iniciativa, denominada “bônus março”, foi uma promessa da campanha eleitoral de Piñera e precisa agora do aval do Senado.
Cerca de quatro milhões de pessoas serão assistidas.
Durante as três horas de discussões sobre o assunto, os deputados da aliança Concertación, que com a posse do mandatário, na última quinta-feira, deixou o poder depois de 20 anos consecutivos, propuseram a elevação do valor para 180 dólares. O objetivo seria ajudar os afetados pelo terremoto de 27 de fevereiro.
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Para o ministro da Fazenda, Felipe Larraín, a aprovação “é um marco positivo, que nos dá muito otimismo para que trabalhemos juntos em benefício do país”.
Em entrevista à rádio Cooperativa, o ex-diretor do Banco Central do Chile e ex-assessor da candidatura derrotada de Eduardo Frei à presidência, o economista Guillermo Le Fort, garantiu que o Chile tem fundos que podem ser usados para minimizar os efeitos do tremor, que teve magnitude de 8,8 graus e matou cerca de 500 pessoas.
“Essa catástrofe não destruiu a economia e haverá uma recuperação, temos recursos que podemos usar para financiar estes gastos”, indicou Le Fort.
O economista atribuiu a atual situação da economia “à responsabilidade fiscal dos últimos governos e ao aumento do preço do cobre”, principal item da pauta de exportações do país.
Apesar de salientar que “não existe uma vara mágica para financiar os gastos de reconstrução”, o ex-diretor do Banco Central falou sobre a possibilidade de criar um novo imposto sobre a produção do cobre.
“É uma hipótese, mas nunca será capaz de prover os recursos necessários”, e além disso “não é uma questão fácil de ser resolvida”, pois “há contratos assinados”, assinalou Le Fort.
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