Esta edição das “midterms”, como são chamadas as eleições na metade do mandato presidencial nos Estados Unidos, foi o principal destaque desta semana em Opera Mundi. Na terça-feira (04/11), os eleitores norte-americanos foram às urnas para renovar a totalidade dos 435 assentos da Câmara de Representantes, 36 cadeiras no Senado (um terço da casa) e 36 governadores estaduais.
O grande vencedor foi o Partido Republicano, que conseguiu a maioria no Senado. A cadeira da Carolina do Norte foi a sexta que passou de mãos democratas para republicanas, junto com Arkansas, Dakota do Sul, Montana, Virgínia Ocidental e Colorado, o que deu aos conservadores o controle absoluto do Congresso durante os dois últimos anos de mandato do presidente Barack Obama.
Efe
Candidato republicano a senador pelo estado da Geórgia em ato de campanha; partido opositor leva vantagem em pleito de hoje
O controle total do Congresso por parte dos republicanos não acontecia desde 2006 e determina um horizonte difícil para o fim da presidência a Obama. Apesar da vitória republicana nas disputas para cargos representativos, nas consultas populares país afora, foram as pautas progressistas que saíram vencedoras.
Por exemplo, nos três estados onde a população foi consultada sobre a legalização da maconha, a aprovação do uso recreativo da erva saiu vencedora. Alasca, Oregon e Distrito de Columbia (onde fica Washington, capital do país) agora se juntam a Washington (o estado) e Colorado, locais onde o consumo de maconha é permitido.
Outro resultado das “midterms” foi o fato de que, pela primeira vez na sua história, os EUA chegaram a uma marca de pelo menos cem mulheres em suas 535 cadeiras. Uma das que se destacou foi a vitória da conservadora Saira Blair, a mais jovem legisladora estadual do país, de 18 anos de idade. Pró-armas e antiaborto, ela é contra o casamento gay, advoga pela redução de uma série de impostos e é a favor de exigir exames toxicológicos de pessoas que recebem assistência social nos EUA.
Reprodução/Facebook
“Defendendo o direito de defender-se”, diz o cartaz estampado na página no Facebook da campanha de Saira Blair
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Já na Europa, outro assunto que chamou atenção nos últimos dias foi a aproximação do aniversário de 25 anos da queda do Muro de Berlim, um marco do fim da Guerra Fria e símbolo do desmantelamento do bloco socialista do leste europeu, que serão completados amanhã (09/11). Antes do aniversário histórico, Opera Mundi elencou 25 fatos sobre a barreira que dividiu a Alemanha por 28 anos.
Além disso, um quarto de século após a queda deste ícone da Guerra Fria, ainda persiste, pelo mundo, uma série de fronteiras muradas construídas para separar povos. Uma delas é o Muro da Cisjordânia, que começou a ser construído em 2002, período da Segunda Intifada, e separa Israel do território palestino da Cisjordânia. Na época, foi dito que o intuito era impedir a entrada de palestinos para prevenir atos de terrorismo.
Wikimedia Commons
“Faixa da morte” em Berlim, sob a neve, em foto de 1987
Nessa semana, outro assunto envolvendo Israel que chamou atenção foram os documentos disponibilizados pelo Ministério da Defesa após o requerimento de informações do deputado federal Ivan Valente (PSOL), sobre as atuais relações do Brasil com Israel e suas empresas militares, que revelam que os contratos bilaterais chegam a quase R$ 1 bilhão.
Outro destaque desta semana foi a publicação de uma nova série de Opera Mundi intitulada “Grandes Batalhas”. As matérias abordarão diversos aspectos das 20 das batalhas mais importantes da história. O primeiro texto foi lançado na quarta-feira (05/11). relata a batalha de Stalingrado, que marcou o início da derrocada nazista e revela como a Alemanha de Hitler capitulou após confronto épico com soviéticos. Clique no banner e saiba mais:
Finalmente, outra polêmica em foco foi a investigação do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), que vazou na noite de quarta-feira (05/11) uma série de arquivos que ganhou a alcunha de “Luxleaks”. São documentos que comprovam como mais de 340 empresas multinacionais obtiveram lucros milionários a partir de operações secretas realizadas em Luxemburgo, um paraíso fiscal utilizado por companhias para reduzir gastos com impostos.
Em resposta, a Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia), tomou a decisão naquinta-feira (06/11) de investigar se essas operações fiscais apresentam irregularidades ou violações na legislação do continente. Estima-se que os acordos secretos firmados entre 2002 e 2010 pelas autoridades luxemburguesas e as grandes companhias internacionais permitiram que as empresas pagassem apenas 2% do lucro em impostos de renda. Entre as firmas envolvidas no escândalo, destacam-se nomes como Apple, Amazon, Heinz, Pepsi, Deutsche Bank e até bancos brasileiros como Itaú e Bradesco.