O EI (Estado Islâmico) destruiu nesta quarta-feira (20/01) o mosteiro cristão de Santo Elias de Mossul, o mais antigo do Iraque. A destruição foi confirmada por imagens de satélite exclusivas da Associated Press.
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Mosteiro de Santo Elias de Mossul antes do conflito contra o EI
O local era chamado de Dair Mar Elia, nome do monge cristão assírio Santo Elias, que o construiu entre os anos de 582 e 590. Durante 1.400 anos, o mosteiro sobreviveu a ataques da natureza e humanos na terceira maior cidade do Iraque.
Desde a instauração do califado do Estado Islâmico no país, o templo passou a ser frequentado, principalmente, por tropas norte-americanas, que voltaram a realizar manobras militares na região em 2015, com autorização do governo iraquiano.
Images document Islamic State's destruction of Iraq's oldest Catholic monastery: https://t.co/E9wDVTtGoU pic.twitter.com/oAvZ03GIEC
— The Associated Press (@AP) 20 janeiro 2016
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Na entrada da capela do mosteiro estão encravadas as letras gregas “chi” e “rho”, representando as duas primeiras letras do nome de Cristo.
“Eu não consigo descrever minha tristeza. Nossa história cristã em Mossul está sendo barbaricamente destruída. Nós vemos isto como uma tentativa de nos expulsar do Iraque, eliminando nossa existência nesta terra”, disse ao Haaretz o reverendo Paul Thabit Habib, de Mossul, mas que vive em exílio na cidade de Irbil.
O grupo extremista, que controla grandes porções de territórios do Iraque e da Síria, já demoliu mais de 100 edifícios históricos e religiosos, incluindo tumbas, igrejas e até mesquitas nos dois países. Museus e bibliotecas foram saqueadas, livros foram queimados e obras de arte foram destruídas ou vendidas ilegalmente.
Um dos casos mais famosos é a pérola arqueológica de Palmira. Em recente entrevista a Opera Mundi, arqueólogos espanhóis lamentaram as ameaças que o grupo extremista representa para os patrimônios milenares da Síria e do Iraque.
The U.S. Army/FlickrCC
Soldados norte-americanos durante visita ao mosteiro de Mossul