Um oficial ucraniano foi morto e outros cinco foram feridos, em um tiroteio com homens armados pró-Rússia neste domingo (13/04), na cidade de Sloviansk, no sudeste da Ucrânia. Ainda nessa região, manifestantes separatistas ocuparam a prefeitura da cidade portuária de Mariupol, próximo à região de Donetsk.
A ocupação aconteceu poucas horas depois do governo ucraniano lançar uma “operação antiterrorista”, na cidade de Slaviansk, onde grupos pró-russos ocuparam ontem (12) uma delegacia de polícia.
Em sua página do Facebook o ministro do interior, Arsen Avakov, afirmou: “Os separatistas também sofreram baixas, em um número indeterminado. Eles começaram a se proteger com um escudo humano formado por civis”.
Agência Efe
Homem armado em frente a barricada montada por manifestante pró-Rússia, na frente da delegacia ocupada em Slaviansk
Segundo Avakov, a operação é dirigida pelo Serviço de Segurança da Ucrânia, e participam unidades de todos os ramos das Forças Armadas do país. Os grupos pró-Moscou assumiram Sloviansk ontem, e têm como alvo pelo menos quatro outras cidades, o que levou Kiev a lançar a operação.
Ao anunciar a operação, que pretende retirar os ativistas dos locais ocupados, o ministro alertou que as pessoas permanecessem em suas casas. “Os separatistas estão atirando para matar sem aviso, contra as forças especiais que se aproximam”, afirmou.
Agência Efe
Homem armado carrega um ícone religioso na frente do edifício do serviço de segurança ocupado por ativistas em Lugansk
Segundo o ministro, os ativistas também estariam carregando armas automáticas, apreendidas nos edifícios ocupados do governo, e montaram barricadas nos arredores da cidade.
Um grupo de civis, cerca de 100 pessoas, muitas delas mulheres idosas, ficou na frente do prédio ocupado entoando mensagens de solidariedade aos manifestantes. Também exigiam a realização do referendo, que pretende rever a autonomia da região em relação ao resto da Ucrânia.
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Os manifestantes mantêm barricadas na ponte sobre o rio Kazionni Torets, um dos acessos a Slaviansk, e pediam ajuda à Rússia e a seu presidente, Vladimir Putin, para combater as forças especiais ucranianas. Uma mulher segurando um ícone ortodoxo nas mãos gritou para um grupo de correspondentes da imprensa estrangeira: “Diga a Putin que nos ajude”.
Um homem de meia idade, visivelmente alterado, disse ao correspondente da agência Efe que lutariam até a morte. A principal via de acesso ao centro de Slaviansk, foi bloqueada pelos ativistas com caminhões e cerca de 20 homens armados, alguns deles com os rostos cobertos.
Militares ucranianos tomaram controle do aeroporto da região, mas segundo os ativistas não conseguiram se aproximar do centro da cidade. “O batalhão de Slaviansk está pronto para repelir qualquer ataque das forças ucranianas”, afirmou um dos manifestantes.