O escritor peruano Mario Vargas Llosa afirmou neste sábado (26/11) que a “história não absolverá Fidel”. Ele é um dos notórios opositores à Revolução Cubana que se manifestaram após a morte do líder cubano, nesta sexta-feira (25/11), aos 90 anos.
Na Cidade do México, o escritor disse ao jornal espanhol El País que espera que a morte de Fidel “abra um período de abertura, tolerância, democratização em Cuba”. Para ele, “a história fará um balanço destes 55 anos que acabam agora com a morte do ditador cubano. Ele disse que a história o absolverá. E eu tenho certeza que a história não absolverá Fidel”.
Wikicommons
Mario Vargas Llosa, escritor peruano: 'história não absolverá Fidel'
Já Míriam Gomez, viúva do escritor cubano Guillermo Cabrera-Infante, falou ao jornal brasileiro Folha de S. Paulo sobre seu regozijo com a morte de Fidel. “Estou bêbada de tanta felicidade”, disse desde Londres, onde vive desde os anos 1960, quando ela e o marido deixaram Cuba por se opor à Revolução Cubana.
NULL
NULL
Gomez classificou Fidel como “um gângster local, muito particular da cultura cubana”. Ela disse acreditar que Raúl Castro, presidente de Cuba e irmão de Fidel, não deve permanecer muito tempo no cargo. “Não com esse novo governo norte-americano. Fidel morreu num momento histórico crucial e na hora certa para sua própria biografia, porque o mundo está mudando, e já não há lugar para a velha Cuba nesse novo mapa”, afirmou.
Juanita Castro, irmã de Fidel e Raúl que vive em Miami desde 1964, disse ao jornal norte-americano em espanhol El Nuevo Herald que lamenta a morte do líder cubano, mas que não irá a Cuba para o funeral do irmão. “Quero esclarecer que, em nenhum momento, voltarei para a Ilha, nem tenho planos de fazê-lo”, declarou.
Juanita, hoje com 83 anos, também saiu de Cuba por se opor à Revolução Cubana e chegou a colaborar com a CIA nos planos para derrubar Fidel. Ela diz “nunca ter mudado sua postura” contrária ao governo de seus irmãos na ilha, e que por isso pagou “um alto preço de dor e isolamento”.
“Não me regozijo da morte de nenhum ser humano, muito menos posso fazê-lo com alguém com meu sangue e meus sobrenomes”, disse ela ao Herald. “Como irmã de Fidel, estou vivendo, nesse momento, a perda de um ser humano que teve meu sangue”.
A jornalista cubana Yoani Sánchez, que se tornou conhecida por volta de 2010 por seus posts em seu blog e no Twitter contrários ao governo dos irmãos Castro, escreveu neste sábado que “sobreviveu a Fidel”. Para ela, o líder cubano deixa como legado “um país em ruína, uma nações onde os jovens não querem viver”.
#Cuba Su legado: un país en ruina, una nación donde los jóvenes no quieren vivir #LaMuerteDeFidelCastro
— Yoani Sánchez (@yoanisanchez) 26 de novembro de 2016
.