O Irã rejeitou nesta quarta-feira (26/12) a respeito das acusações dos países CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), grupo formado por países do Golfo Árabe alinhados com os Estados Unidos, de que estaria se intrometendo em assuntos internos na região. De acordo com a chancelaria iraniana, esses países estão “fugindo da realidade” e tentando transferir a responsabilidade por seus problemas.
Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar exigiram que o país persa interrompa o que chamaram de interferência na região, em um comunicado na terça-feira no final de uma cúpula de dois dias do grupo. Esses países, em especial os sauditas, não têm um histórico recente de boas relações.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, rejeitou a declaração. “Transferir a responsabilidade dos problemas internos dos países da região é uma forma de fugir da realidade. Culpar os outros ou usar métodos opressivos não são os caminhos certos para responder às demandas civis”, disse ele, segundo a agência iraniana Isna.
O comunicado não deu mais detalhes sobre o tipo de interferência. No entanto, a queixa mais comum parte do Bahrein, que acusa repetidamente o governo de Teerã de motivar protestos desde o início de 2011, durante a Primavera árabe, com o objetivo de desestabilizar o regime.
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Em Manama, capital do Bahrein, o ministro de Relações Exteriores, Khalid Bin Ahmed Bin Mohammed al Khalifa, disse a jornalistas na terça-feira (25) que o Irã representava uma “ameaça muito séria”.
As manifestações no Bahrein por uma maior abertura política se iniciaram em março de 2011, e foram duramente reprimidas pelo governo, contando inclusive com o envio de tropas da vizinha Arábia Saudita. Comissões de direitos humanos afirmaram que a repressão foi excessiva e desnecessária. Relatório independente encomendado pela família real barenita também afirmou que não houve interferência iraniana nos protestos, e culpa as autoridades pela morte de 35 pessoas e perseguição a grupos xiitas. Teerã nega ter tido qualquer participação.
Assim como no Irã, os xiitas são maioria na população do Bahrein, arquipélago que é governado por uma monarquia sunita, a família Al Khalifa.
(*) com agências de notícias internacionais