A presidente Dilma Rousseff e os presidentes da China, Hu Jintao, da Rússia, Dmitri Medvedev, e da África do Sul, Jacob Zuma, além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, criticaram hoje (14/04) os ataques à Líbia. Os presidentes e o primeiro-ministro defenderam a busca pelo diálogo na tentativa de dirimir impasses e controvérsias. A crítica foi reforçada na Declaração de Sanya, comunicado divulgado hoje, em nome dos representantes dos Brics.
Porém, o comunicado evita condenar as ações militares ordenadas pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia. Aviões da OTAN atacam várias regiões da Líbia justificando a necessidade de pressionar o líder líbio, Muamar Kadafi, a deixar o poder e suspender as ações contra civis.
No comunicado, Dilma e os demais líderes dos Brics informaram que vão apoiar eventuais ações, autorizadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, na Líbia. “[Os Brics] desejam continuar a cooperação acerca da Líbia no Conselho de Segurança da ONU”, diz o comunicado.
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Mas na declaração conjunta, aprovada durante a terceira cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que ocorre em Sanya, no Sul da China, na Ilha de Hainan, os líderes ressaltam a importância do diálogo. “Partilhamos o princípio que o uso da força deve ser evitado”, destacam. “Somos da opinião que todas as partes devem resolver as suas diferenças por meios pacíficos e do diálogo no qual a ONU [Organização das Nações Unidas] e organizações regionais desempenhem o papel que considerem apropriado.”
Dos Brics, apenas a África do Sul votou favoravelmente à intervenção militar na Líbia, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que ocorreu mês passado. O Brasil, a China e a Rússia se abstiveram durante a votação. O assunto foi tema também da reunião de Dilma com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a visita dele ao Brasil, em março.
Para Dilma, a intervenção militar na Líbia poderia levar ao agravamento da crise no país acentuando a violência que deixa vítimas diariamente. Os conflitos foram gerados pela resistência de Khadafi de deixar o poder, embora sofra pressões internas e da comunidade internacional para abrir mão do governo.
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