Uma semana antes da visita à Argentina, nos dias 22 e 23 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não imagina um cenário de separação entre o Brasil e o país sul-americano frente à crise econômica mundial. “Países como a China, Índia, Brasil, África do Sul e Argentina têm mais oportunidades para sair da crise, sempre e quando façamos as coisas corretamente”, afirmou em entrevista publicada hoje (19) pelo jornal La Nación.
“Chegou o momento de fazer investimentos, criar empregos e gerar uma melhor distribuição de renda, e é um momento propício para que decisões políticas sejam tomadas”. Para Lula “os países emergentes estão em melhores condições que os países desenvolvidos” para sair da crise, apesar de assinalar que “não poderemos escapar se eles não saírem dela também”.
Apesar dos recentes problemas entre Brasil e Argentina, causados pelo aumento do controle de importações imposto pelo governo de Cristina Kirchner, Lula acredita que os países já podem fazer intercâmbios comerciais com suas próprias moedas. “E queremos que isso ocorra em toda América Latina”. “Não vejo Hugo Chávez como presidente de Venezuela, Cristina como presidente da Argentina, mas sim um grupo de companheiros que exercem uma função importante”.
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“A Argentina está fazendo um grande esforço para reestruturar sua indústria, e o Brasil não tem que competir, mas ajudar”, disse o presidente. “O Brasil não pode ver a Argentina como adversário, nem a Argentina pode ver o Brasil como tal. Devemos nos ver como aliados.”
Para Lula, depois de muitos anos de trabalho diplomático, as duas maiores economias da região conseguiram romper barreiras e preconceitos mútuos.
G20
“Quando teve a reunião do G20, me dei conta de que as certezas que existiam nos últimos 20 anos simplesmente desapareceram”. “Ninguém mais pensa que o Estado não serve para nada e ninguém mais pensa que o mercado pode solucionar todos os problemas”, afirmou o presidente.
Lula reiterou ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) poderá ser democratizado quando o conjunto de países que dele fazem parte “tiver a possibilidade real de tomar decisões com igualdade de responsabilidades”.
“Queremos um FMI onde um coloca mais dinheiro porque tem mais, mas na hora de decidir, tem que ser uma decisão coletiva, levando em consideração o que é melhor para todos”, disse.
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