Sybrina Fulton, mãe de Trayvon Martin, o adolescente negro que foi assassinado ao ser confundido com o de um criminoso, disse nesta sexta-feira (26/07) que sua dor deve servir para que as autoridades norte-americanas mudem as leis vigentes em vários estados do país, as quais foram fundamentais para a absolvição do ex-segurança George Zimmerman, que atirou no jovem.
“Minha mensagem aos senhores e senhoras é: por favor, usem minha história, usem minha tragédia e, por favor, usem meu coração partido para dizerem a si mesmos que não podemos deixar isso acontecer com o filho de mais ninguém”, afirmou Sybrina em um discurso na conferência anual do grupo de direitos civis National Urban League, realizada na Filadélfia (Pensilvânia).
A mãe do adolescente assassinado pediu aos presentes se unirem a ela em sua campanha contra as leis conhecidas como “Stand Your Ground” (Legitima Defesa), que exoneram de culpa a pessoa que, sob ataque ou risco de vida, use força letal contra seu atacante, como assegurou Zimmerman após ter disparado em Martin em fevereiro de 2012.
Essa lei, vigente na Flórida e em mais de 20 estados, serviu como apoio ao argumento de Zimmerman no julgamento que foi encerrado com sua absolvição no último dia 13 de julho, uma decisão que gerou uma onda de protestos por todo país.
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“Devemos estar cientes de que não haverá baile de fim de curso para Trayvon. Não haverá graduação no instituto para Trayvon e nem universidade para Trayvon, assim como netos e filhos. Tudo isso por causa de uma lei que evitou que a pessoa que atirou e matou meu filho preste contas e pague por seu terrível crime”, disse Sybrina.
“Trayvon era meu filho, mas também poderia ser o seu”, completou a mãe do adolescente aos presentes na conferência.
Na última semana, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez uma chamada aos estados revisarem suas leis de “Stand Your Ground” (Legitima Defesa), uma ideia que recebeu o respaldo de políticos de ambos os partidos.
No último sábado (20), milhares de pessoas se manifestaram em mais de 100 cidades dos EUA para reivindicar justiça no caso de Martin, para protestar contra essas leis e pedir ao Departamento de Justiça apresentar acusações por violação de direitos civis contra Zimmerman.