Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (05/02) indica que 53% dos venezuelanos concordam com a postura do governo do país diante da doença do presidente Hugo Chávez. Realizada pelo GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI), a sondagem aponta, no entanto, que há condições para a população esperar mais tempo pela eventual volta do presidente. Uma delas é o governo apresentar uma boa administração.
Segundo o estudo, 62% da população considera que a oposição não soube lidar adequadamente com a situação. Baseada em 2,5 mil entrevistas realizadas entre os dias 19 e 23 do último mês, a pesquisa também aponta que 58% da população acredita que a recaída do presidente venezuelano uniu o chavismo, enquanto 54% consideram que provocou a divisão da oposição.
A sondagem também mostra que 63% dos venezuelanos apoiam a decisão do Supremo Tribunal de Justiça do país ao autorizar que Chávez, atualmente em Havana, faça o juramento de posse quando finalmente se recuperar de sua quarta intervenção cirúrgica para combater um câncer. O presidente venezuelano foi reeleito em outubro, com 55% dos votos.
Em declarações transmitidas pela rede estatal VTV, o diretor do instituto de pesquisa, Jesse Chacón, afirmou que a porcentagem indica um aumento em relação aos eleitores de Chávez nas últimas eleições presidenciais e os que atualmente defendem que, como ele foi reeleito, deve portanteo exercer o mandato e terminá-lo.
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O estudo também indica um desgaste da imagem da oposição pelo desempenho frente ao estado de saúde de Chávez. A imagem negativa passou de 36,6% para 41,4%. Para Chacón, a tentativa do partido PJ (Primero Justicia) de reverter o quadro das organizações políticas tradicionais e liderar a coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), “danificou muito” a imagem da oposição.
Segundo ele, outra constatação é a de que o projeto do bloco oposicionista não resulta em identidade política, característica fundamental do chavismo. “O chavismo existe e está centrado na figura de quem o liderou. Mas é um grave erro da oposição pensar que o chavismo não vai além de Chávez. O chavismo hoje está além do presidente”, analisou.
Chacón ressaltou a eleição recente de 20 candidatos do governista PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) nos comícios realizados em 23 Estados. “O chavismo de solidificou e a oposição se dividiu. Se podemos fazer uma avaliação da ausência de Chávez, esta serviu para fortalecer o chavismo e mostrar a fragmentação interna da oposição”, pontuou.
*Com Agência Venezuelana de Notícias (AVN)