Um professor de medicina da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, afirmou que Eva Perón, segunda esposa do presidente argentino Juan Domingo Perón, foi submetida a uma lobotomia em 1952, pouco antes de sua morte. De acordo com Barron H.Lerner, a técnica foi aplicada na ex-primeira-dama para evitar que ela continuasse a sofrer com o câncer cervical em estado avançado que a acometia.
O artigo “Quando a lobotomia era vista como um avanço”, publicado nesta quinta-feira (22/12) no The New York Times coloca em questão se Evita, como era conhecida, teria conhecimento da operação, assim como sua eficácia.
No artigo, Lerner afirma que a decisão de realizar a operação para aliviar a dor era uma prática normal na época.
O professor baseia seus argumentos em depoimentos feitos pelo neurocirurgião húngaro George Udvarhely, morto em 2010. Ele cuidou de Evita nos anos 1950 e, após sua morte, se transferiu para a Universidade John Hopkins, nos EUA. Há seis anos, Udvarhely falou pela primeira vez em público sobre a operação. Segundo Lerner, o que ele disse foi posteriormente confirmado pelas investigações do médico argentino Daniel Nijensohn.
Segundo as verificações de Nijensoh, publicados na revista Science Direct, a técnica foi utilizada entre maio e junho de 1952. Portanto, antes da última aparição pública da ex-primeira-dama. Ele confirmou as afirmações e detalhamentos revelados por seu colega húngaro. Também afirmou que o Dr. James Poppen, um neurocirurgião especializado em tratamentos de lobotomia a pacientes sem cura, havia viajado para tratar de Evita. Nijensohn disse ter encontrado ainda radiografias que comprovariam a utilização dessa técnica.
Evita foi diagnosticada com câncer em agosto de 1951 e submetida a cirurgias e a sessões de radioterapia. As ações não surtiram o resultado esperado e a doença avançou. Pouco depois de sua morte, aos 33 anos, ela recebeu o título de “líder espiritual da Nação” argentina.
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