O metrô de Moscou ainda precisará de muito tempo para voltar ao ritmo normal. Depois de quase duas semanas após o atentado que deixou 39 vítimas, a presença policial em quase todas as estações e o constante controle de passaporte passaram a fazer parte da vida dos residentes da capital russa. O medo de que aconteça um outro ataque ainda existe e as medidas de segurança foram reforçadas.
“Já me pararam três vezes nos últimos 10 dias. Apesar de ter todos os documentos que eles pedem, fico com medo de sair de casa. Eles podem me levar preso por qualquer razão. Não quero arriscar”, desabafou Roman Ashuraliev, do Tadjiquistão. “Sou russa, mas dizem que tenho aparência do Cáucaso. Não sei se é uma paranóia minha, mas a impressão que eu tenho é que todo mundo me observa no metrô”, reclama a moscovita Tania Liburkina.
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Policiais armados e patrulhas nas entradas das estações e de centros comerciais não eram comuns, mas viraram rotina. Na última semana, o efetivo policial no metrô de Moscou foi triplicado, alcançando a cifra de 1,3 mil agentes. A intenção é que outros 1,5 mil policiais sejam incorporados nos próximos dias.
Cenas mostram o metrô de Moscou após os ataques:
O Ministro para Casos de Emergência, Serguei Shoygu, justifica as medidas como “uma maneira para combater o terrorismo” e anunciou planos para uma futura melhoria no sistema de segurança do metrô de Moscou, que poderia incluir um detector de gás para evitar ataques como os que aconteceram em Tóquio em 1995.
“Depois dos atentados da semana passada, estamos vivendo um atentado à nossa privacidade”, declarou ao Opera Mundi Svetlana Smirnova. “Vi várias pessoas sendo paradas dentro do metrô e tendo suas malas revistadas ali mesmo, na plataforma. É uma vergonha esta situação”, concluiu.
Nova York e Londres também aumentaram o efetivo policial e o controle no transporte público esta semana como uma medida preventiva. O metrô de Moscou possui 180 estações e transporta diariamente uma média de sete milhões de pessoas.
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