Os combates entre a Tailândia e o Camboja na fronteira provocaram a morte do primeiro civil, com o que sobe para 14 o número de vítimas fatais desde a sexta-feira (22/04) informaram fontes militares tailandesas nesta quarta-feira (27/04).
Um camponês tailandês morreu ontem devido aos enfrentamentos, que continuam pelo sexto dia consecutivo, indicou o porta-voz do Exército tailandês, Sansern Kaewkamnerd.
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O ministro da Defesa tailandês, Pravit Wongsuwan, cancelou sua viagem ao Camboja, prevista para hoje para negociar um cessar-fogo na fronteira.
“Participaremos das conversas sob a condição de que deixem de disparar durante alguns dias. Informamos ao Camboja claramente desta condição”, explicou Kaewkumnerd.
Os combates recomeçaram na noite de terça-feira e continuavam na manhã desta quarta em torno dos templos de Ta Muen e Ta Kwai, segundo disseram hoje as autoridades do Camboja.
O porta-voz do Ministério da Defesa cambojano informou por meio de um comunicado que a Tailândia bombardeou durante toda a noite as posições cambojanas com intenso fogo de artilharia e que desde o amanhecer continuavam os enfrentamentos entre tropas de infantaria.
Cinco soldados e um civil tailandeses e oito militares cambojanos morreram, e 30 mil tailandeses e 26 mil cambojanos foram evacuados, de acordo com os últimos dados oficiais.
Nenhuma das chamadas à calma e ao diálogo da ONU, da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e dos Estados Unidos conseguiram deter a escalada da tensão.
A Tailândia insiste em realizar conversas bilaterais com o Camboja, que prefere a mediação internacional, e rejeita a presença de observadores indonésios na fronteira – apesar de ter aceitado isso em 22 de fevereiro -, enquanto os soldados cambojanos não se retirarem das áreas em disputa.
As fronteiras entre os países, fortemente minada, nunca estiveram claramente delimitadas desde que a França abandonou suas colônias no Sudeste Asiático após a Segunda Guerra Mundial.
Esta disputa ganhou força em 2008, quando Preah Vihear foi declarado Patrimônio da Humanidade e a Unesco o inscreveu dentro do território cambojano.
Neste caso, a Tailândia não reivindica o templo, mas uma zona de 4,6 quilômetros quadrados adjacente.
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