Ao menos 200 civis morreram afogados após o naufrágio de um barco no Sudão do Sul, de acordo com um porta-voz do exército local. As pessoas usavam a embarcação na tentativa de fugir dos conflitos no país e o número de vítimas fatais pode subir para 300 vítimas.
O naufrágio da embarcação foi noticiado na manhã desta terça-feira (14/01), embora os meios de comunicações locais afirmem que ocorreu antes, na noite de domingo (12/01).
Agência Efe
Acampamentos de deslocados pelo conflito no Sudão do Sul estão cada vez mais cheios
Diversos civis têm tentado escapar dos combates por meio de barcos, mas muitos dizem que simplesmente não podem pagar pelo trajeto, explica um correspondente da BBC. “O barco estava sobrecarregado. Todos se afogaram. Estavam fugindo dos novos confrontos em Malakal”, afirmou o militar Philip Aguer à AFP.
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Localizada no Alto Nilo, Malakal é a porta de entrada da região petroleira do Sudão do Sul. Lá, assim como em outros pontos do país, a oposição realiza ataques para tentar tomar a cidade e o governo já mudou de mãos diversas vezes desde o início do conflito.
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A violência no Sudão do Sul eclodiu em 15 de dezembro por conta de um embate entre duas facções militares – uma da etnia Dinka, da qual faz parte o presidente Salva Kiir; e outra da etnia Nuer, da qual faz parte o ex-vice-presidente Riek Machar. Este último foi destituído em julho e, desde o mês passado, os confrontos entre as partes se intensificaram.
O grave caso do Sudão do Sul é uma das mais urgentes prioridades das Nações Unidas para 2014. Na última sexta-feira (10/01), o secretário-geral, Ban Ki-Moon, advertiu que a situação no país é terrível e lamentou que continue se deteriorando a escalada de violência. Ban também insistiu que este conflito não se resolverá pela via militar, e solicitou ao presidente, Salva Kiir, a mostrar “flexibilidade”.
Os conflitos no país já deixaram mais de 1.000 mortos e mais de 400.000 deslocados, segundo dados da ONU. Separado do Sudão em 2011 após uma longa e sangrenta batalha, o Sudão do Sul tornou-se o mais recente estado independente do mundo.