Espionar a União Europeia, especialmente países como Alemanha e França, é um dos objetivos da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA, na sigla em inglês), segundo a revista alemã Der Spiegel revelou neste sábado (10/08) com base em documentos vazados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden.
De acordo com a publicação, em um documento interno da NSA, de abril de 2013, são definidas as “prioridades da inteligência” dos Estados Unidos em uma escala de “1” (prioridade máxima) a “5” (pouco interesse). Por países, Alemanha, França e Japão estão em um nível médio, acima de Itália e Espanha.
Considerando países individualmente pelo resto do mundo, Washington teria listado China, Rússia, Irã, Paquistão, Afeganistão e Coréia do Norte entre seus alvos de vigilância mais importantes.
Agência Efe
O presidente Barack Obama em pronunciamento de ontem sobre mudanças nos programas de espionagem
Segundo a Der Spiegel, essas últimas revelações dão suporte a documentos divulgados por Snowden anteriormente, que afirmavam que os EUA estavam espionando delegações da UE em Nova York, Washington e Bruxelas, o que causou indignação entre os países europeus.
Os documentos também apontam que a União Europeia é alvo de ataques da espionagem cibernética norte-americana, especialmente nos setores de política externa, comércio internacional e estabilidade econômica, todos eles de categoria “3”.
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Segundo a revista, que só será publicada amanhã (11) mas liberou excertos da reportagem hoje, na Alemanha os aspectos prioritários são política externa, estabilidade econômica e a análise de riscos financeiros, aparentemente situados na escala “3”.
Além disso, a publicação revelou que questões como exportação de armas e comércio internacional estão na categoria “4”, enquanto os ciberataques estão tipificados com “5”.
As informações surgem após a polêmica sobre a suposta conivência entre a NSA e a espionagem alemã e a troca de acusações entre o atual governo conservador e a oposição social-democrata do país europeu.
Ontem, Barack Obama anunciou mudanças em programas de vigilância para melhorar sua imagem junto aos cidadãos, tornando-os mais “transparentes”. Ele também refutou classificar Edward Snowden, que denunciou as operações de espionagem, como patriota.