A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (06/09) que o norte-americano Barack Obama assumiu responsabilidade “direta e pessoal” nas investigações sobre o suposto esquema de espionagem feito pelos EUA contra o governo brasileiro.
Agência Efe
Dilma e Obama discutiram suposto esquema de espionagem
“Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem”, afirmou a presidente pouco antes de sua partida de São Petersburgo, onde participou da reunião do G20, de volta para o Brasil. “Ele se comprometeu a responder ao governo brasileiro até quarta-feira o que ocorreu”, reiterou.
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Em conversa com jornalistas no aeroporto de São Petersburgo, Dilma Rousseff fez uma análise da sua participação no encontro do G20. Segundo a dirigente, ela transmitiu ao presidente americano a sua indignação pessoal com as denúncias de espionagem “praticadas contra o governo, contra as embaixadas, contra empresas e cidadãos brasileiros” pela NSA ( sigla em inglês para Agência Nacional de Segurança).
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“É algo incompatível com a convivência democrática entre países amigos. Ocorrer no Basil é um fato gravíssimo. O Brasil é uma forte, sólida e grande democracia. O Brasil vive há mais de 140 anos em harmonia com seus vizinhos”, contou a presidente. “O Brasil não tem conflitos étnicos, religiosos e não abriga grupos terroristas”.
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Dilma lembrou também que a consituição brasileira expressa claramente a proibição do uso de armas nucleares. “Portanto, tudo isso joga por terra qualquer justificativa de que tais atos de espionagem seriam uma forma de proteção contra o terrorismo”.
Roberto Stuckert Filho/PR
Foto oficial da cúpula do G20; Dilma já voltou para o Brasil
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Segundo a presidente, a viagem dela para os EUA, prevista para o final de outubro, depende “das condições políticas a serem criadas pelo presidente Obama”. Dilma também disse que vai propor à ONU (Organização das Nações Unidas) uma “nova governança contra invasão de privacidade”.
As declarações foram divulgadas pelo Twitter do Blog do Planalto na manhã desta sexta.
Espionagem
A NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) teria investigado Dilma e seus principais assessores, além do então candidato à presidência do México (e atual presidente) Enrique Peña Nieto, de acordo com documentos ultrassecretos vazados da agência pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden. As informações foram repassadas pelo jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que recebeu a maior parte dos documentos de Snowden, atualmente exilado na Rússia e procurado pelos EUA.
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Os documentos vazados fazem parte de uma apresentação interna da NSA. Eles mostram que foi feita espionagem de Dilma nas comunicações, incluindo o conteúdo de mensagens de texto entre assessores e colaboradores do Planalto.